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A fome do Brasil é negra, mulher e vive nas regiões Norte e Nordeste

A fome do Brasil é negra, mulher e vive nas regiões Norte e Nordeste

No Brasil, a fome tem raça, gênero e território. Mulheres negras, em sua maioria residentes nas regiões Norte e Nordeste, são as mais atingidas com a insegurança alimentar, segundo o Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia de covid-19, conduzido pela Rede PENSSAN.

Em 2022 a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que o Brasil voltou ao mapa da fome. A prevalência da insegurança alimentar grave atingiu 15,4 milhões de brasileiros, ou seja, 7,3% da população, entre 2019 e 2021. Os números do inquérito mostram que a prevalência da fome se dá entre mulheres negras que são chefe de famílias nas regiões Norte e Nordeste.

Neste episódio do podcast Papo Preto, Setela Diogo recebe Bárbara Barboza, coordenadora de justiça racial e de gênero da OXFAM Brasil, organização que colaborou na elaboração do inquérito, para analisar esses números. “A pandemia significou um alto índice de endividamento e também de luto. Significou uma escassez absurda, que há muito tempo não se vivia nesse grau”.

A pesquisadora diz que os dados mostram que uma em cada cinco famílias chefiadas por pessoas que se autodeclaram pardas ou pretas no Brasil sofre com a fome. “Estamos falando de 17% a 20%, que é o dobro em comparação a lares chefiados por pessoas brancas, que é de 10%. A situação é ainda mais grave quando se leva em conta a intersecção com o gênero, pois 22% dos lares chefiados por mulheres que se autodeclaram pardas ou pretas sofrem com a fome, contra 13,5% de lares chefiados por mulheres brancas”.

Papo Preto é um podcast produzido pelo Alma Preta, uma agência de jornalismo com temáticas sociais, em parceria com o UOL Plural, um projeto colaborativo entre o UOL, coletivos e veículos independentes. Novos episódios vão ao ar todas as quartas-feiras.

Podcasts são programas de áudio que podem ser ouvidos a qualquer hora e lugar — no computador, smartphone ou em outro aparelho com conexão à internet. Você pode ouvir Papo Preto no canal do UOL no YouTube e nas plataformas de podcast Spotify, Google Podcast, Deezer, Apple Podcast e CastBox.

Fonte: Geledés Instituto da Mulher Negra


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