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Apagão: dados da vacinação em Porto Alegre devem ser normalizados apenas no final de janeiro
O apagão de dados ocorrido no site do Ministério da Saúde no último dia 10 de dezembro – supostamente causado por ataque hacker – ainda afeta o planejamento da campanha de vacinação contra a covid-19 em Porto Alegre.
A Prefeitura da Capital fazia um acompanhamento paralelo dos dados, mas como ocorriam discrepâncias em relação ao sistema do Ministério, houve a decisão de começar a registrar tudo unicamente no sistema do governo federal exatamente poucos dias antes dele sair do ar. Na ocasião, colaborou para a decisão a colocação de computadores e tablets em todos os pontos de vacinação da Capital, o que facilitou a inserção dos dados de aplicação de doses diretamente no sistema do Ministério.
“O efeito foi muito ruim”, lamenta Fernando Ritter, diretor da Vigilância Sanitária da Prefeitura de Porto Alegre. “Com o apagão, ficamos praticamente 15 dias sem registrar nada no sistema.” O reinício do trabalho ocorreu somente na véspera do Natal.
Ritter destaca haver uma retomada na procura por vacinas, tanto por segunda dose quanto pela dose de reforço (terceira dose). O vacinômetro da Prefeitura, porém, está desatualizado. A atualização dos dados está prevista para ocorrer ao longo do mês de janeiro, com a expectativa de normalização no final do primeiro mês de 2022.
“Não sei precisar quantos têm (dados para serem inseridos), mas com certeza é um número de dezenas de milhares”, projeta.
O diretor da Vigilância Sanitária estima que já foram aplicadas mais de 300 mil doses de reforço (terceira dose) e um número também elevado de segundas doses durante o período em que o sistema esteve fora do ar. Por sua vez, a aplicação da primeira dose atualmente é mais baixa, apenas poucas pessoas que tinham decidido não se imunizar e agora mudam de postura.
Devido ao apagão, Ritter diz não ser possível precisar a quantidade de pessoas com a segunda dose em atraso. Esse número chegou a ser em torno de 150 mil pessoas, mas agora é menor.
“Não pedimos para as unidades ficarem contando…já estão sobrecarregadas. A questão da H3N2 aumentou a procura de pessoas com síndrome gripal nas unidades de saúde, então deixamos virar o ano para as equipes começarem a digitar”, explica.
Ele reconhece que a situação causada pelo apagão no Ministério é ruim, pois os dados são importantes para planejar a campanha de vacinação. Um exemplo de problema foi a recente redução de cinco para quatro meses do prazo para a dose de reforço.
“Foi um caos pra nós, porque a gente não sabe quantas pessoas com cinco e seis meses não tomaram a vacina, porque ficou parado. A gente sabia que acrescentaria em torno de 110 mil pessoas que iriam tomar a terceira dose entre quatro e cinco meses. Eu tinha um número de doses, só que não sabia quantos tomaram com cinco meses pra cima. Aí aumenta em 110 mil, dá uma procura grande e se acabam as doses? É a pior coisa a pessoa ir pra fila e não ter vacina. Então isso tudo nos deixou bem confusos”, explica.
O apagão do Ministério da Saúde, todavia, não afeta os dados de novos casos de covid-19 em Porto Alegre, em função da Prefeitura usar um sistema próprio antes de repassar os dados para o governo federal. “Sei quantas pessoas testaram e quantas testaram positivo, então isso não é problema”, afirma Ritter. A situação, no entanto, pode ser diferente em outras cidades do Rio Grande do Sul.
por SUL21
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