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Assassinos de Salete Hasse são condenados
Os assassinos de Salete Hasse foram condenados pelo Tribunal do Juri nessa quarta-feira, em Pelotas. Marlon Rochedo, ex-genro e mentor do crime foi condenado a 35 anos de prisão, incluindo a qualificadora de feminicídio. Júlio César Ferreira, contratado por Marlon, foi condenado a 14 anos de prisão.
Ambos são acusados de matar, a golpes de faca e pé de cabra, Salete Hasse, ex-sogra de Marlon. O julgamento iniciou pouco depois das 9h. Em seguida, o juiz Régis Adriano Vanzin leu a denúncia, relatando que o crime aconteceu no dia 21 de abril. No relato, consta que a vítima estava dormindo quando os dois acusados entraram pela porta dos fundos, surpreendendo a mesma. As facadas e os golpes atingiram Salete no rosto, pescoço, tronco, braços e costas. Ainda segundo a denúncia, o crime foi cometido com brutalidade.
A polícia apurou que Marlon foi o mentor do feminicídio e que pagou R$ 3.500,00 para que Júlio César fosse com ele. O inquérito apurou que o acusado abusava da enteada, a filha da sua companheira, desde que tinha oito anos (atualmente ela tem 15 anos). Marlon foi denunciado pela ex-sogra, que não o perdoou pelo crime cometido contra a neta.
O promotor de acusação, Márcio Schlee, iniciou sua fala exaltando a rapidez do processo. “O julgamento está ocorrendo no mesmo ano em que foi cometido o crime. Efetividade é o que se fala. Aqui a Justiça é como deve ser, um trabalho dedicado e respeitoso”, evidenciou. Dirigindo-se aos jurados, apontou que “não acostumados com essa violência, até ficamos na dúvida da capacidade de fazer o mal que o ser humano tem”. Ele lembrou ainda que no dia do crime, este foi cometido com o neto de Salete, de oito anos, e a ex-companheira de Marlon (deficiente visual), na casa. “Foram vários golpes e todos com uma violência fora do normal”. No dia 18 de fevereiro deste ano, a ex-companheira fez a denúncia de crime sexual cometido contra a filha.
No dia 19 de abril, ele foi informado de que não poderia mais se aproximar das duas. Como a filha da vítima acabava voltando eventualmente para o criminoso, Salete decidiu encampar a denúncia de crime sexual contra Marlon. No dia 21 de abril, conforme o promotor, após o pagamento do valor combinado, Salete foi morta. “Foi um crime encomendado pelo ex-genro, um crime que não deu a ela nenhuma chance de defesa”. Schlee recordou ainda que tanto a perícia, quanto a investigação, colocaram os dois agentes criminosos como autores da morte de Salete. “Eles tiraram a vida de uma pessoa de forma desumana e merecem ser condenados por isso”.
A família de Salete pode finalmente encerrar seu luto com seu desejo de justiça satisfeito e a Frente Feminista 8M Pelotas poderá encerrar o ano de 2022 e recobrar as forças para as lutas que seguem contra o patriarcado.
A equipe de reportagem da Radiocom esteve lá também direto do Fórum onde houve o julgamento e a mobilização das mulheres.
Reportagem : Fábio Cóssio com informações complementares da Frente Feminista 8M Pelotas e Diário Popular
Foto: Jô Folha-Diário Popular
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