Nesta quarta (07) às 17h,houve a assembleia geral realizada pelo movimento estudantil onde fazem parte diversas entidades como DCE-UFPEL, coletivos de juventudes de partidos, ,entre outras. O local foi o Campus 2 da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) na rua Almirante Barroso 1.202. Entre as pautas estavam a realização de um calendário de mobilizações .

Um dos representantes do DCE-UFPEL, Victor Oliveira, fez sua fala.

" Vamos fazer entre outras ações, arrecadação para ajudar os estudantes mais prejudicados com os cortes , posteriormente distribuição pra galera que mais precisa. Além disso, a adesão do que foi decidido na assembleia e paralisação por tempo indeterminado até o pagamento das bolsas dos estudantes da UFPEL". O estudante também pontuou o quanto é fundamental a luta conjunta entre setores administrativos, servidores da universidade numa próxima mostra de cursos que poderia mais em diálogo com a população pelotense , mostrar qual é a produção que a UFPEL vem fazendo nesses tempos e qual a importância de uma universidade fortalecida. " Depois dessa mostra de cursos se propõe a fazer um ato aproveitando essa mostra como uma mobilização de forma que a gente consiga sair pelas ruas da cidade parando algumas ruas ,evidentemente, colocando as nossas pautas e reivindicamos para o população de Pelotas".

Haverá ainda mobilizações conforme deliberaram a realização de um calendário de mobilizações , panfletagens pelas ruas e bairros de Pelotas afim de conscientizar sobre a situação orçamentária da UFPEL e do IFSUL, da relevância também dessa luta. Inclusive a própria ocupação dos estudantes vem realizando ações de arrecadação de alimentos tanto no campus 2 quanto em outros espaços da universidade.

À reportagem da Radiocom a pró-reitora de assuntos estudantis, Rosane Brandão, esteve na assembleia e comenta sobre a a ocupação e as diversas manifestações previstas.

" Por óbvio é um momento muito necessário de luta. Nós estamos vivendo como nunca na nossa universidade. Não tinha acontecido um bloqueio ao ponto de não termos nenhum dinheiro. A universidade tem priorizado ao longo desta gestão, a questão da assistência estudantil, mas ,desta vez, com bloqueio financeiro não temos condições ,porque não foi bloqueado e liberado uma parte para fazer escolhas de pagar uma coisa e outra. Agora não absolutamente nenhum dinheiro para pagar nada. Então é necessária a mobilização. a gestão está fazendo uma série de agenda para mitigar tudo isso que está acontecendo , minimizar a situação com várias pessoas como empresariado o  o sindicato patronal da habitação que representa as empresas de comércio e serviços imobiliários (Secovi) e os estudantes estão fazendo a parte deles".

A pró-reitora ainda ressaltou sobre a importância da ocupação que começou ontem e reiterou o apoio da gestão. " Eu vim aqui trabalhar porque não consegui devida à agenda , quando cheguei e vi os estudantes ali , me chamaram , colocaram que eles tinham a ideia de fazerem essa ocupação ,deixaram muito nítido que não é contra a gestão, entenderam perfeitamente , mas que é uma maneira de eles poderem fazer a luta. Nós somos parceiros nesse sentido, entender a necessidade da luta, cada coletivo faz da maneira que achar que deve . Nós damos todo o apoio a qualquer ação que os estudantes façam no sentido de derrotar, reverter os cortes. Assim tem sido a ocupação. As conversas estão sendo absolutamente tranquilas e mostrar o que está acontecendo e a gente que deve continuar".

Amanhã (08) , será dia de Nacional de Luta organizado pela direção nacional da União Nacional dos Estudantes(UNE) para pressionar o Ministério da Educação (MEC) e governo federal a recuarem quanto aos cortes feitos nos recursos da educação pública que atinge todas as universidades federais e institutos pelo Brasil.

Também amanhã está prevista outra assembleia marcada para às 18h na Faculdade de Direito da UFPEL à rua Três de Maio.

Estudantes ocupam o Campus 2 em protesto contra o bloqueio orçamentário

Um grupo de estudantes da UFPel ocupou o campus 2 da UFPel, na noite desta terça-feira (6), em protesto contra o bloqueio orçamentário realizado pelo Governo Federal. Representantes do Comitê de Crise, constituído pela UFPel para enfrentar o problema, visitaram os estudantes na manhã desta quarta-feira (7).

A visita teve como objetivo verificar a situação dos estudantes após a primeira noite na ocupação, atentando para o bem-estar do grupo e tirar dúvidas dos estudantes a respeito dos cortes e bloqueios orçamentários e financeiros. Neste sentido, o superintendente de Orçamento, Denis Franco, explicou a situação da UFPel após os cortes e bloqueios ocorridos no decorrer do ano. “Além das despesas com os auxílios e bolsas, a Universidade também não conseguirá pagar os contratos de serviços terceirizados e as despesas contínuas”, informou.

Os jovens estudantes, a maioria em vulnerabilidade social, demonstraram preocupação com os recursos de auxílios que não foram pagos neste mês, pois dependem deles para se manterem na cidade e na Universidade. A estudante de Artes Visuais, Letícia Lemos, de São Paulo, já havia perdido a bolsa de extensão e agora está apreensiva com o bloqueio. “Se não receber o auxílio moradia e alimentação, não tenho como seguir aqui em Pelotas e terei que desistir do meu curso”, pontuou.

A reitora Isabela Andrade ressaltou que até este momento a Gestão da Universidade conseguiu, após os cortes e os bloqueios orçamentários, realizar escolhas de quais despesas não seriam pagas. “Agora não temos o que escolher, estamos com o caixa zerado, mas a nossa prioridade será sempre os auxílios de assistência estudantil”, afirmou.

Apoio

Os estudantes que estão na ocupação solicitam apoio da comunidade com materiais de higiene e limpeza, colchões, lençóis e alimentos para ajudar o grupo e fortalece a resistência e a defesa de uma educação pública de qualidade. As doações podem ser entregues no Campus 2 (Alm. Barroso, 1202).

Reportagem Fábio Cóssio com informações complementares da Coordenação de Comunicação Social -UFPEL

Fotos: Fábio Cóssio