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Bancários de Pelotas alertam para corte de postos de trabalho no Itaú
Nesta quarta-feira (23), pela manhã, diretores do Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região estão visitando as agências do Itaú, em Pelotas, para dialogar com a categoria sobre a política de reestruturação do banco que tem afetado diretamente os empregados de todo o país.
As mudanças promovidas pela empresa, que inclui a implementação de programas de metas agressivas, têm gerado o adoecimento físico e mental dos bancários, com o registro de casos de assédio moral, devido ao aumento abusivo da carga laboral e à ampliação da rotatividade nos postos de trabalho.
Em Pelotas e Região, o cargo de gerente operacional, por exemplo, já não existe mais. Além disso, há algum tempo, o caixa passou a ser enquadrado como “caixa agente de negócios”, precisando aumentar a sua demanda de trabalho e passando a atender, também, na área comercial. Mesmo com as novas atribuições, não houve um aumento de salário para esses funcionários, que se encontram sobrecarregados e sofrem com a postura desumana que está sendo adotada pelo banco.
Como se não bastasse, mesmo com a proximidade da aposentadoria e do desligamento de alguns colegas, estes quadros não serão repostos na mesma quantidade, concentrando apenas em um gestor tanto a parte operacional quanto comercial. Com essas mudanças, apenas uma agência de Pelotas continuará contando com a figura do gerente administrativo, sendo que o restante só terá a presença do líder de tesouraria e do gerente de agência. Essas mudanças nada têm a ver com perspectivas de melhora no atendimento e supostos “avanços” em direção ao futuro. Elas representam a precarização do trabalho, com aumento de demandas sem respectivo aumento do salário dos funcionários, que já se encontram sobrecarregados e trabalhando acima do limite.
O Sindicato entende que é importante que os funcionários do banco estejam atentos e mobilizados em defesa dos seus empregos. Por isso, tem cobrado explicações, por intermédio da COE, sobre os “motivos” de tantas demissões nos últimos meses, por todo o país. “No entanto, lembramos que, em decorrência da entrada em vigor da reforma trabalhista, sancionada em 13 de julho de 2017, as demissões passaram feitas nas agências e nos departamentos e as contratações nas áreas de tecnologia do banco”, ressalta Francine Fagundes, que é coordenadora de Assuntos Jurídicos do Sindicato e funcionária do Itaú. Diante deste cenário, conforme explica a diretora, a COE tem reivindicado a volta imediata da central de realocação.
Vale lembrar, ainda, que o Itaú obteve um Lucro Líquido Recorrente Gerencial, que exclui efeitos extraordinários no lucro, de R$ 6,4 bilhões, no 1º trimestre de 2021. O resultado representa alta de 63,5% em relação ao mesmo período de 2020 e de 18,7% no trimestre. Esses números dão ao banco uma rentabilidade (retorno recorrente consolidado sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado do banco – ROE) de 18,7%, alta de 4,7 pontos percentuais em doze meses. Mas esse crescimento não tem refletido em uma política de respeito aos funcionários da empresa, responsáveis diretos por estes bons resultados.
Redação e imagem: Eduardo Menezes / SEEB Pelotas e Região
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