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#CaravanaCPERS escancara descaso do governo Leite com a educação e mobiliza mais de dez cidades
No penúltimo dia da Caravana por #ReposiçãoJá, a comitiva do CPERS mobilizou, nesta quinta-feira (25), mais de dez cidades e escancarou o descaso do governo Eduardo Leite (PSDB) com a educação.
A iniciativa esteve nas regiões dos núcleos de Ijuí (31º), Osório (13º), Palmeira das Missões (40º), Rio Grande (6º), São Gabriel (41º), São Luiz Gonzaga (33º) e Porto Alegre (38º e 39º).
No decorrer do dia, a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, o diretor Leonardo Preto Echevarria e a diretora do 31º Núcleo, Teresinha de Jesus Boneto Mello, estiveram em Ijuí para reafirmar a luta contra os incessantes ataques do governo e informar os educadores(as) sobre as ações do Sindicato.
“Estamos preparando a nossa base para a resistência e a pressão que teremos que fazer em cima do governo para termos a recomposição dos nossos salários. Dialogamos com os colegas para fortalecer a mobilização e construção coletiva dentro da escola dos próximos passos da nossa luta. Foi muito gratificante”, avaliou Helenir.
Na EEEF Rui Barbosa, os dirigentes encontram uma estrutura totalmente sucateada. Rachaduras extensas no prédio fizeram com que parte significativa da escola fosse interditada.
Retirada de direitos agrava situação dos educadores
Em Osório, os diretores Cássio Ritter e Alda Souza conferiram de perto os problemas enfrentados pela categoria.
Na EEEB Prudente de Morais, os educadores(as) desabafaram sobre a situação de miserabilidade que se encontram. Além dos sete anos sem reposição, amargam constantes cortes no salário e redução de benefícios, como o adicional de Local de Exercício (Difícil Acesso), por exemplo.
“Preenchemos planilhas há quase dois anos. Tiramos do nosso bolso para comprar equipamentos, pagar luz, internet e medicamentos, pois estamos doentes. Tiraram o Difícil Acesso; descontaram o vale-transporte e vale alimentação na pandemia. Não dá mais!”, desabafou o professor Carlos Aliardi.
Na escola do campo EEEF Ferreira Viana, a diretora Cleusa Maria dos Santos expôs o impacto em seu salário. “Eu ganhava R$700,00 pelo adicional. Depois do corte do governo, ficou apenas R$65,00. Eu pago para ir para a escola.”
“A nossa monitora pediu para sair da escola porque estava gastando horrores com transporte e não aguentava mais”, completou.
Os descontos dos dias de greve e do vale-transporte também vêm reduzindo os já escassos recursos da categoria.
“O que nos enfraquece ainda mais são os descontos da greve, mesmo com as aulas recuperadas. Sempre fiz greve e esse dinheiro me faz falta”, asseverou a professora Janaína Borba, que está há 22 anos no Estado.
Pressão aos deputados por salário digno para toda a categoria
O diretor Cássio Ritter explicou que diante da rejeição de Mateus Wesp (PSDB), relator da proposta orçamentária 2022, à emenda do CPERS, o Sindicato está pressionando os deputados(as) para que seja destacada em plenário e garanta a reposição salarial.
“Estivemos nos gabinetes e cobramos que os parlamentares. Quem tem compromisso com a educação pública tem que nos apoiar e garantir salário digno.”
“Na hora de descontar, Eduardo Leite desconta, mas na hora de pagar o nosso salário, internet e luz, ele não paga. Estamos pressionando para que ele faça o ressarcimento dos gastos que tivemos na pandemia”, pontuou a diretora Alda Souza.
As instituições EEEF General Osório, EEEB Prudente de Morais e EEEM Albatroz também receberam os diretores(as).
Escolas sucateadas: a educação não é prioridade para o governo
Após quase dois anos de pandemia, as escolas seguem em situação precária. O governo não aproveitou o tempo em que as instituições estiveram fechadas para realizar reformas e melhorias. Este panorama tem sido frequente na Caravana.
Em São Gabriel, a EEEM Dr. Fernando Abbott, as adversidades se acumulam. Piso com problemas e a necessária ampliação da cozinha e do refeitório são alguns deles.
A diretora Priscilla de Andrade Bicca lamenta a perda da verba do Bird, no valor de R$ 150 mil, por incompetência do governo. “Esse recurso que iríamos ganhar, a Seduc afirmou que gestaria, mas perdemos. É só entrar no colégio e ver todos os problemas de estrutura que enfrentamos”, desabafou.
Para o 1º vice-presidente do CPERS, Alex Saratt, a Caravana evidencia que o programa Avançar, do governo estadual, não passa de uma jogada de marketing. “Ao longo da nossa ronda constatamos que escolas com problemas elétricos, falta de água e estruturas desmoronando são padrão da gestão Leite. O governo está permitindo que as crianças retornem para as aulas em locais totalmente inadequados e muitas vezes perigosos.”
“A política de Eduardo Leite é de completo desmonte da escola pública. Precisamos enfrentar firmemente o governo construindo a unidade entre professores e funcionários de escola”, afirmou a diretora Juçara Borges.
No mesmo município, a IEE Menna Barreto, que atende a quase 800 alunos, sofre desde 2011 com problemas elétricos e infiltrações. Duas salas de aula estão interditadas.
“O governo diz que não é prioridade. Já ficamos sem luz, pois o sistema elétrico não tem capacidade. Fiz levantamento de tudo”, conta o orientador Gleidevan Marques.
“O governador não dialoga e nem resolve os problemas. Temos professor com licença-interesse negado. Estão tirando os nossos direitos”, ressalta a diretora Flávia Xavier Kieling.
“Vivenciamos um desmonte da educação pública. Recebemos parcos recursos, mas seguimos, apesar de todos os ataques, pois acreditamos na educação”, afirmou a diretora da EEEF Professora Sueni Goulart Santos, Giovana Gonçalves.
A escola possui o melhor IDEB da cidade, mas sofre com o descaso. Faltam funcionários(as) para limpeza e merenda.
A EEEM XV de Novembro está há quatro anos com o auditório interditado. O local é um espaço clássico da cidade, usado por toda a comunidade.
Na EEEF Rafael Pinto Bandeira, em Porto Alegre, o muro está prestes a desabar. A situação ocorre desde 2013 e coloca em risco educadores(as) e estudantes.
A instituição também está com um dos banheiros interditado, azulejos caindo e sala de aula que virou depósito. Faltam professores(as) para a sala de recursos, monitor, orientador e funcionário para a limpeza.
“A Seduc empurra a obra do muro para autonomia da escola. Mas não temos verba. A estrutura pode cair a qualquer momento”, alerta a vice-diretora, Daniela Viegas.
“Além da extrema precariedade das escolas, nós já estamos com 51,33% de perdas salariais, após sete anos sem reposição. Não é reajuste, é só perda salarial que estamos pedindo” , destacou o 2º vice-presidente do CPERS, Edson Garcia.
Na capital, também foram visitadas as escolas EEEM Roque Gonzáles, Colégio Estadual Dr. Glicério Alves e EEEM Oscar Coelho de Souza.
Anos de espera por uma solução que não chega
Há quatro anos, a EEEM Maria Teresa Vilanova Castilhos, de Osório, sofre com problemas de infiltrações que comprometem a estrutura do piso e do forro da sala administrativa da escola.
Quando chove, o espaço fica alagado e a parte elétrica precisa ser trocada. O auditório teve que ser readaptado para abrigar o setor.
A 11ª CRE foi notificada, mas o processo está parado.
“O governo precisa resolver isso para ontem. Para nossas pequenas reformas, o dinheiro vem de iniciativas de arrecadação entre a própria comunidade escolar”, afirma a diretora da EEEM Maria Teresa Vilanova Castilhos, Maristela Amaral da Silva.
A EEEF General Osório está com dificuldade para contratar professor de Educação Física para substituir uma educadora que está em licença. As crianças estão há mais de mês sem aulas.
Em Palmeira das Missões, as diretoras Rosane Zan e Vera Lessês, acompanhadas do diretor do 40° núcleo Joel Oliveira, da representante 1/1000 Candida Rossetto e da secretária Mara Roesler, visitaram cinco escolas nos municípios de Palmeira e Novo Barreiro. Trata-se da EEEF Presidente João Goulart – CIEP, EEEB Palmeira das Missões – Polivalente, EET Celeste Gobbato, EEEM Venina Palma e EEEM São João Batista.
A EET Celeste Gobbato perdeu, em 2020, 60% do Adicional de Local de Exercício (Difícil Acesso), passando de 80% para 20%. Para chegar na escola são cerca de 2 km de chão batido e nenhuma possibilidade de transporte público na região.
Já a EEEM Venina Palma está há dois anos sofrendo com problemas elétricos. Nos dias de calor intenso, alunos ficam sem ar-condicionado. As aulas noturnas contam com um transformador emprestado da comunidade, que não pode ser sobrecarregado; caso contrário, os moradores(as) ficam sem luz. A escola segue com revezamento das turmas.
“Precisamos nos unir e decidir como vamos enfrentar esses governos. Se não fizermos esse debate entre nós, nós perderemos a educação pública. O objetivo desses governos é um só, acabar com o público e vender para o privado”, enfatizou a diretora Rosane Zan.
“O governo segue arrecadando com o desconto dos aposentados e economizou às nossas custas durante a pandemia. Esse governo não olha para o trabalhador e o quanto tivemos que investir para trabalhar, por isso entramos com a proposição do projeto de lei para o nosso ressarcimento dos gastos na pandemia”, afirmou a diretora Vera Lessê durante visita a escola.
Em Rio Grande (6º núcleo), a diretora Carla Cassais, acompanhada do diretor do núcleo, Cledri Lopes e da vice-diretora, Andréa Nunes da Rosa, também estiveram fiscalizando a situação das escolas EEEM Silvia Gama, EEEM Bibiano de Almeida, EEEM Carlos Loréa Pinto e IEE Juvenal Miller.
O IEE Juvenal Muller está com graves problemas no telhado, que geraram infiltrações nas paredes e forro, comprometendo a estrutura do prédio. Um corredor inteiro e mais três salas de aula foram interditadas. Parte do teto praticamente caiu em cima de um estudante.
O processo foi aberto em 2018, mas até o momento encontra-se parado.
Já as diretoras Glaci Weber e Suzana Lauermann foram às instituições EEEF Dr. Mário Vieira Marques -Ciep, EEEF Professor João Aloisio Braun, EEEM São Luiz e IEE Professor Osmar Poppe, em São Luiz Gonzaga.
Fonte: CPERS CENTRAL
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