Orgulho e Resistência: A 23ª Parada da Diversidade celebra Ancestralidade LGBTQIA+
Caso Gamboa: PMs acusados de assassinato são denunciados por alterar cena de crime em Salvador
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) acusou formalmente quatro policiais militares por crime de fraude processual. Eles foram denunciados por alterar a cena do crime que resultou no assassinato de três jovens na de Gamboa de Baixo, em Salvador, em 1º de março de 2022.
Segundo a denúncia oferecida no último dia 16 pela Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial e pelo Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp), os cabos da PM Tárcio Oliveira Nascimento, Thiago Leon Pereira Santos, Lucas dos Anjos Bacelar Dias e Marinelson Mendes Alves da Cruz "alteraram, substancialmente, a cena do crime em diversos momentos, objetivando apagar os rastros dos homicídios".
Em novembro de 2023, os três policiais já haviam sido denunciados pelo assassinato de Alexandre Santos dos Reis, 20 anos; Cléverson Guimarães Cruz, 22 anos; e Patrick Sousa Sapucaia, 16 anos. À época, a justiça determinou o afastamento dos PMs do policiamento ostensivo por 180 dias. Nesta nova denúncia, o MP-BA requer novamente o afastamento cautelar das funções ostensivas durante180 dias e a proibição de os PMs terem acesso à Gamboa e manterem contato com testemunhas e familiares das vítimas até o final da instrução processual.
A denúncia oferecida pelo MP-BA à justiça afirma que os laudos das perícias realizadas no local dos assassinatos apontam que os policiais “plantaram" armas de fogo, para que aparentassem estar em posse das vítimas. Utilizando vassoura, baldes e água de casas da comunidade, eles também lavaram as poças de sangue deixadas em uma escadaria da Gamboa de Baixo, onde de fato foram atingidos Alexandre e Patrick.
A perícia também identificou que os PMs retiraram os corpos dos três jovens de uma casa abandonada, já sem vida, colocaram em lençóis e encaminharam ao Hospital Geral do Estado.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o objetivo era sustentar a falsa versão de que os policiais teriam sido "recebidos a bala" quando passavam pela Avenida Contorno, iniciando a perseguição dos jovens até esta casa abandonada, onde teria ocorrido confronto armado, do qual teriam saído feridas as vítimas às quais os PMs teriam prestado socorro.
"Todavia, as provas técnicas produzidas refutam as versões dos policiais e comprovam que as cenas dos crimes foram alteradas dolosamente", afirma a denúncia.
À época do crime, a comunidade da Gamboa de Baixo realizou diversos protestos para denunciar a ação da polícia. A mãe de Alexandre Reis, uma das vítimas, chegou a ter uma arma apontada contra a cabeça ao tentar prestar socorro ao filho.
Fonte: BdF
0 comentários
Adicionar Comentário