Artistas reivindicam descentralização, desburocratização e editais mais acessíveis

Cerca de 75 pessoas participaram, na noite de quinta-feira (31), da consulta pública que vai ajudar a definir como serão usados os R$ 2 milhões da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab) em Pelotas. A oitiva, realizada no saguão da Prefeitura, marcou o início da segunda fase do programa federal de fomento à cultura, com repasse garantido do Ministério da Cultura.

Durante o encontro, artistas e produtores culturais apresentaram demandas que vão nortear os próximos editais. Entre os pedidos, destaque para mais acesso nos bairros, editais com valores menores para ampliar o alcance, retorno para proponentes não selecionados, apoio a mulheres em situação de vulnerabilidade e políticas específicas para indígenas e quilombolas.

Demandas por mais acesso e descentralização

Quinze participantes se manifestaram ao microfone, cobrando medidas para garantir que os recursos cheguem de forma mais ampla à comunidade artística. Também foram sugeridos um observatório de cultura, acesso a equipamentos públicos ociosos, políticas para a primeira infância e mais suporte técnico para quem precisa de ajuda na hora de inscrever projetos.

Outro ponto levantado foi a necessidade de contemplar toda a cadeia da produção audiovisual — da pré à pós-produção — e a inclusão de ferramentas acessíveis, como celulares e computadores, para artistas das periferias.

Próximos editais devem incluir novos formatos

A Secretaria de Cultura (Secult) apresentou propostas preliminares para os próximos editais da Pnab, incluindo apoio à produção local, festivais, oficinas, ocupação de espaços públicos como o Theatro Sete de Abril, Museu da Baronesa e Praça CEU das Artes, além de projetos de memória e salvaguarda cultural.

A titular da pasta destacou que a escuta da comunidade é essencial para desenhar políticas mais eficazes. A consulta foi a primeira do Ciclo 2 da Pnab, e outras etapas ainda serão realizadas antes da publicação dos editais.

Transparência e remuneração no centro do debate

Integrantes da Secult também reforçaram que não há espaço para trabalho voluntário no setor. Segundo o diretor de Manifestações Populares, Daniel Amaro, todos os artistas da Semana de Pelotas receberam cachês entre R$ 1.800 e R$ 3.000, com pagamento feito até 15 dias após as apresentações.

O Conselho Municipal de Cultura (Concult) foi citado como parceiro fundamental na organização da oitiva e na construção das diretrizes. A Secretaria informou que os espaços como o Bistrô, pátio e salas de exposição seguem abertos para uso da comunidade artística.

Fonte: Secretaria de Cultura (Secult)

Imagem: Secom