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Contraponto: Lideranças partidárias pelotenses debatem efeitos e lições dos atos golpistas de 8 de janeiro
A edição do Contraponto na última segunda-feira (8) teve como pauta a marca de um ano dos atentados contra a democracia brasileira. Em 8 de Janeiro de 2022, uma semana após a posse do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, milhares de pessoas protagonizaram cenas lamentáveis de depredação dos prédios na Praça dos Três Poderes em um grande movimento articulado com intenções golpistas. Desde o ocorrido, milhares de participantes dos atos de terrorismo já foram presos, sendo que 66 ainda seguem encarcerados.
Para discutir os efeitos do atentado no sistema democrático brasileiro e os próximos passos necessários no intuito de solidificar as bases democráticas no país, a RádioCom convidou lideranças partidárias da cidade - Ângela Vitória (presidenta/PT), Júlio Domingues (presidente/PSOL), Reginaldo Bacci (presidente/PDT) e Jederson Borges (secretário de organização/PCdoB).
Reginaldo destaca em sua fala a existência de uma crescente nos movimentos de extrema direita em todo o mundo durante a última década, apontando a importância de que haja uma leitura da organização destas iniciativas, que demonstram uma série de semelhanças. “Não é uma estratégia isolada”, disse o presidente do PDT/Pelotas ao analisar como esta direita usa de slogans muito semelhantes em diversos países para reforçar valores conservadores, freando as possibilidades dos movimentos progressistas.
A presidente do PT, Ângela Vitória, cita alguns dos acontecimentos anteriores à tentativa de golpe que já sinalizavam o fortalecimento das ideias ditatoriais no Brasil, como a fala de Bolsonaro durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff em 2016, onde o então deputado federal exaltou Brilhante Ustra, maior torturador do regime militar brasileiro. Ela aponta o ex-presidente como um dos arquitetos do plano e clama para que ele e os demais responsáveis sejam punidos.
A descrença no processo eleitoral brasileiro foi tema de uma das falas de Júlio Domingues, que apontou a permanência deste pensamento em uma parcela da população. Para o presidente do PSOL/Pelotas, é importante entender a posição do campo democrático nessa batalha de narrativas. “Ainda existe um grupo concentrado em produzir desinformação e deslegitimar as instituições”, afirmou Júlio.
Jederson Domingues falou sobre a necessidade da esquerda se reaproximar de suas bases e também da dificuldade na mudança de seus quadros. Para ele, o efeito natural da não renovação é a visão pejorativa da população em relação à política, o que cria uma tendência de aproximação destas pessoas aos ideais conservadores.
O debate completo pode ser acompanhado através do nosso canal do Youtube.
Redação: Luis Collat
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