O vereador reeleito Marcos Ferreira, popularmente conhecido como Marcola, foi o convidado do programa "Contraponto" desta segunda-feira (14). Com uma trajetória marcada pela liderança no governo da prefeita Paula e um ano como presidente da Câmara Municipal, Marcola compartilhou suas reflexões sobre a nova composição da Câmara e os desafios que Pelotas enfrenta. Ele expressou sua gratidão pelo apoio recebido de 2.376 eleitores, destacando a importância desse respaldo para continuar seu trabalho.

Durante a entrevista, Marcola fez um balanço das relações entre a Câmara Municipal e o Executivo, ressaltando a importância do diálogo e da colaboração para a aprovação de propostas que atendam às necessidades da população. A nova legislatura, com a entrada de oito novos vereadores, promete refletir as mudanças na política local. O vereador comentou sobre a polarização política crescente no Brasil, evidenciada no primeiro turno das eleições municipais, e como isso impacta diretamente a dinâmica da Câmara e a futura gestão da cidade.

Contraponto: Como o senhor recebeu a notícia da sua reeleição?

Marcos Ferreira: Estou aliviado e feliz pela reeleição, especialmente por ter recebido o respaldo de 2.376 eleitores da nossa cidade. Esse apoio é um reconhecimento do trabalho que realizamos e me motiva a trabalhar ainda mais nos próximos quatro anos para atender às necessidades da nossa comunidade.

Contraponto: O senhor foi líder do governo do PSDB nos últimos três anos. Como avalia a relação entre a Câmara Municipal e o Executivo?

Marcos Ferreira: Foi um período significativo para mim ter atuado como líder do governo da prefeita Paula e também como presidente da casa por um ano. Durante esse tempo, conseguimos estabelecer um diálogo construtivo com os vereadores, tanto da base quanto da oposição. Isso nos permitiu aprovar diversas propostas através de amplos debates, respeitando sempre as opiniões divergentes. Avalio que essa relação foi exitosa, pois conseguimos atender a várias demandas da população através de um trabalho colaborativo.

Contraponto: Oito novos vereadores foram eleitos para integrar a Casa do Povo a partir de 2025. Como o senhor vê essa nova composição da Câmara?

Marcos Ferreira: Essa renovação é bastante significativa e reflete a vontade do povo nas urnas. O União Brasil e o PSD têm uma proximidade grande e formarão um bloco de sete vereadores que trabalharão juntos em prol dos interesses da cidade. Além disso, a chegada de novos vereadores traz uma combinação de experiência e juventude que pode enriquecer os debates na Câmara. Acredito que essa nova legislatura será marcada por um diálogo ainda mais produtivo.

Contraponto: O vereador eleito Marcelo Bagé, do PL, foi o segundo candidato mais votado na cidade. Como o senhor vê a ascensão da ultra-direita na cidade?

Marcos Ferreira: Marcelo Bagé se consolidou como uma figura proeminente entre os bolsonaristas em Pelotas, o que certamente contribuiu para sua expressiva votação. Ele adotou uma estratégia clara ao se posicionar ao lado de Bolsonaro e isso elevou sua condição de representante desse grupo na cidade. É interessante notar que essa polarização também se reflete na atuação de outros vereadores, como Fernanda Miranda, do PSOL, que tem sido uma forte voz de oposição à direita.

Contraponto: A polarização entre esquerda e direita se repete nas eleições para a prefeitura. Como o senhor avalia essa disputa?

Marcos Ferreira: A polarização política atual é notável e reflete uma nova dinâmica nas eleições. As disputas não são mais apenas entre PT e PSDB; agora temos um campo consolidado de extrema direita representado pelo PL e outros partidos bolsonaristas. Essa mudança traz desafios para todos os envolvidos, pois é necessário encontrar formas eficazes de diálogo e colaboração entre diferentes ideologias para garantir a governabilidade.

Contraponto: O candidato Marciano Perondi afirmou ter apoio de 14 dos 21 vereadores. O senhor tem informações sobre esse apoio?

Marcos Ferreira: O PP já declarou oficialmente seu apoio ao candidato do PL, enquanto o PSD também está em processo de definição sobre seu posicionamento. O União Brasil ainda não tomou uma decisão final devido a divergências internas no partido. É fundamental que todos os partidos busquem um consenso para garantir uma governabilidade sólida na Câmara.

Contraponto: Tendo em vista sua história política no legislativo municipal, quais são os principais problemas que Pelotas deve enfrentar imediatamente?

Marcos Ferreira: Precisamos urgentemente zerar a fila de consultas e exames na saúde; essa é uma prioridade absoluta para qualquer gestão que se preocupe com a qualidade de vida das pessoas. Além disso, é crucial melhorar a infraestrutura dos bairros para garantir condições dignas de vida aos cidadãos, como ruas limpas e bem iluminadas. Outro ponto importante é focar na geração de empregos, atraindo investimentos para nossa cidade, pois isso ajudará no desenvolvimento econômico local.

Contraponto: Haverá dificuldades para os candidatos em relação à Câmara dos Vereadores?

Marcos Ferreira: Sem dúvida, ambos os candidatos enfrentarão desafios em suas relações com a Câmara Municipal. Para governar efetivamente, será necessário estabelecer acordos com os vereadores eleitos, já que cada candidato precisará de apoio suficiente para garantir a aprovação de suas propostas. A pluralidade política exigirá um diálogo constante e respeitoso entre as diferentes forças na Câmara.

Contraponto: O candidato Perondi mencionou que não precisaria do apoio do PSDB. O senhor acha isso viável?

Marcos Ferreira: Essa é uma decisão estratégica dele, mas eu pessoalmente acredito que seria prudente buscar diálogo com todos os partidos possíveis para garantir apoio durante a gestão. Ignorar potenciais aliados pode ser arriscado em termos de governabilidade; portanto, abrir canais de comunicação é sempre benéfico para qualquer candidato que deseje ter sucesso em sua administração.

*Assista a entrevista completa no canal da RádioCom Pelotas no YouTube.