Na manhã desta quinta-feira (23) a vereadora Miriam Marroni concedeu entrevista ao programa Contraponto para falar sobre a entrega de uma extensão territorial de 25 hectares para a iniciativa privada.

Já com aprovação na Comissão de Constituição e Justiça contando com o apoio dos vereadores aliados ao governo municipal, o projeto trata de uma parte do terreno cedido à Associação Rural no ano de 1959 para a realização de suas atividades. Por lei, a Associação não tem o direito de realizar a venda do terreno, visto que ele foi doado pelo poder público para cumprir um papel social. “A Associação Rural, ao pedir a venda, já está declarando que não precisa do terreno pois a sua função social acabou”, afirmou Miriam.

“É surpreendente e preocupante que a prefeita tenha tomado essa atitude”, diz a vereadora em relação ao envio da mensagem 29, responsável pela proposição, por parte de Paula Mascarenhas à Câmara Municipal de Pelotas. Ela aponta a ação como “irresponsabilidade” ao falar do risco de ser configurada como improbidade administrativa.

A vereadora apontou que a extensa área em questão poderia ser bem aproveitada se negociada, mas o valor de uma eventual venda não deveria pertencer à Associação Rural, e sim voltar aos cofres da prefeitura. “A prefeita não pode abrir mão de uma área pública porque os verdadeiros proprietários são os contribuintes, são os pelotenses”.

Durante a entrevista, foram debatidos diversos problemas da cidade que comumente são sustentados pelo discurso da falta de recursos da prefeitura, como o atraso no pagamento dos servidores municipais e a falta de médicos nas UBSs. Pontos esses que se mostram incompatíveis com a intenção de ceder à iniciativa privada uma área avaliada em mais de R$100 milhões.

Você pode conferir a entrevista completa na edição de hoje do programa Contraponto no Youtube.

Texto: Luis Collat