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Contraponto: Problemas e alternativas para o trânsito de Pelotas
Na manhã desta quarta-feira, 15, o programa Contraponto da RádioCom Pelotas 104.5 FM recebeu Jorge Moreira, motorista de aplicativo, que compartilhou sua visão sobre os desafios do trânsito na cidade. Ele destacou problemas, sugeriu soluções e apontou caminhos para melhorar a mobilidade urbana. Confira os principais destaques da entrevista.
Principais problemas no trânsito de Pelotas
Jorge iniciou a entrevista mencionando os desafios enfrentados diariamente pelos motoristas. Entre os problemas apontados, destacam-se:
- Ruas esburacadas: A precariedade das vias afeta até mesmo as principais ruas da cidade. Ele citou casos como a Estrada da Boa Vista e a Cidade de Lisboa, que dificultam a mobilidade, especialmente em dias de chuva.
- Sinalização ineficiente: Faixas de pedestres mal localizadas e quebra-molas sem pintura dificultam a segurança de motoristas e pedestres.
- Falta de infraestrutura: Segundo Jorge, a cidade carece de viadutos em pontos estratégicos, como na Avenida Fernando Osório, próximo ao Atacadão, e na Rodoviária.
- Trânsito caótico: Pontos de congestionamento incluem a Avenida Dom Joaquim, a rótula da Krause e a Avenida Salgado Filho.
Outro ponto levantado foi a falta de planejamento urbano para acompanhar o crescimento da cidade. Jorge destacou que Pelotas tem recebido novos condomínios e um aumento populacional significativo nos últimos anos, mas as intervenções estruturais não têm acompanhado esse ritmo. “Se não agirmos hoje, em dez anos o trânsito estará um caos ainda maior”, alertou.
Soluções propostas
Jorge apresentou alternativas para melhorar a mobilidade urbana em Pelotas:
- Construção de viadutos e passarelas: Viadutos em locais de maior tráfego e passarelas em áreas com grande fluxo de pedestres, como na Ferreira Viana e próximo às universidades.
- Corredores exclusivos para motos: Assim como as ciclofaixas, corredores para motociclistas podem reduzir acidentes e organizar o trânsito.
- Duplicação de vias: Projetos antigos, como a duplicação de vias principais, precisam sair do papel para acompanhar o crescimento da cidade.
- Manutenção preventiva: Jorge defendeu uma manutenção periódica das vias e sinalização a cada seis meses.
Além disso, ele sugeriu que as melhorias devem ser implementadas com base em estudos técnicos que levem em conta o fluxo diário de veículos e pedestres em cada região. Destacou também a necessidade de ouvir a população que vivencia os problemas no dia a dia, como motoristas de aplicativos, para garantir que as soluções sejam realmente eficazes.
Pontos positivos
Embora os desafios sejam muitos, Jorge ressaltou melhorias em algumas vias:
- Francisco Caruccio: Após obras recentes, tornou-se uma via exemplar, resolvendo problemas de buracos e garantindo fluidez no trânsito.
- Jacob Bainy: A troca de sinaleiras por rótulas melhorou significativamente a mobilidade na área.
Jorge destacou que essas melhorias são exemplos de como intervenções pontuais podem transformar a experiência dos motoristas e pedestres. Ele citou que, antes das obras, a Francisco Caruccio era um “pesadelo” para os motoristas, com buracos que frequentemente causavam danos aos veículos. Agora, é uma via que pode servir de modelo para outras regiões da cidade.
Embarque e desembarque
Jorge apontou a falta de pontos específicos de embarque e desembarque como um problema que afeta diretamente os motoristas de aplicativo. Ele elogiou iniciativas privadas, como o Macro Atacado Krolow, que oferece espaço exclusivo para esses motoristas, mas destacou que espaços públicos precisam de atenção similar.
Ele também destacou que a popularização dos aplicativos de transporte trouxe novas demandas que ainda não foram atendidas pelas políticas públicas locais. A ausência de zonas específicas para aplicativos força os motoristas a pararem em fila dupla ou em locais proibidos, arriscando multas e complicações no trânsito. “É preciso reconhecer a importância dos aplicativos e dar condições adequadas para o nosso trabalho”, afirmou.
Educação no trânsito e fiscalização
Jorge acredita que é necessário equilibrar a fiscalização ativa com campanhas de conscientização. Ele destacou a importância de educar tanto motoristas quanto pedestres para melhorar a convivência nas vias. “Fiscalização sem educação é só punição”, afirmou.
Ele ressaltou que campanhas educativas podem ser realizadas em parceria com escolas, empresas e através de meios de comunicação, como rádio e internet. Para Jorge, a educação no trânsito deve ser contínua e reforçada em pontos críticos da cidade, como a necessidade de respeito às faixas de pedestres e o uso correto das setas indicadoras pelos motoristas.
Expectativas para a nova gestão municipal
Ao final, o motorista expressou otimismo em relação ao futuro governo municipal. Jorge acredita que a nova gestão, liderada pelo prefeito Fernando Marroni, tem potencial para resolver problemas estruturais, como a duplicação de vias e construção de viadutos, além de melhorar o transporte público e os serviços básicos.
O entrevistado também destacou que é essencial que a população cobre resultados e fiscalize as promessas de campanha. “Pagamos impostos altos e merecemos retorno em forma de infraestrutura e serviços públicos de qualidade”, disse. Ele espera que Pelotas siga o caminho do desenvolvimento sustentável, valorizando sua rica cultura e potencial de crescimento.
Jorge Moreira ainda destacou que Pelotas, como terceira maior cidade do estado, tem potencial para crescer e melhorar sua infraestrutura urbana. A participação ativa da comunidade e um planejamento voltado à sustentabilidade e mobilidade são essenciais para enfrentar os desafios do trânsito.
*Confira a entrevista completa no canal da RádioCom Pelotas no YouTube.
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