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Contraponto: Visita de Lula a Rio Grande deve impulsionar retomada do polo naval

Contraponto: Visita de Lula a Rio Grande deve impulsionar retomada do polo naval

O polo naval de Rio Grande está prestes a dar um grande passo rumo à retomada de suas atividades, impulsionado por um investimento bilionário e a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no próximo dia 24 de fevereiro. A expectativa é que o aporte financeiro reative a construção de embarcações no estaleiro da cidade, gerando milhares de empregos e fortalecendo a economia local. A iniciativa marca um novo capítulo para a indústria naval no Brasil, após anos de estagnação e incertezas.

Para discutir esse cenário promissor, o deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT) participou do programa Contraponto nesta terça-feira (11). Durante a entrevista, ele detalhou a importância da visita presidencial e os impactos do investimento previsto para o setor naval. O parlamentar destacou as perspectivas de crescimento, a priorização da mão de obra local e os desafios logísticos que ainda precisam ser enfrentados para garantir o sucesso desse projeto.

Investimentos e retomada do setor naval

Segundo Lindenmeyer, a visita presidencial estava inicialmente prevista para o dia 17, mas foi adiada para o dia 24 devido a um evento no Rio de Janeiro relacionado ao setor naval. Entre os anúncios esperados está a assinatura do contrato para a construção de quatro navios, com capacidades entre 15 mil e 19 mil toneladas. Além disso, um edital para a licitação de mais oito navios gaseiros deve ser lançado, reforçando a recuperação do setor no Brasil.

O deputado destacou que o investimento estimado ultrapassa R$ 1,5 bilhão e prevê a geração de cerca de 1.400 a 1.500 empregos diretos. "Estamos muito otimistas, quem ganha é toda a região sul", afirmou. Ele ressaltou ainda que o objetivo é priorizar a contratação de mão de obra local, evitando a necessidade de trazer trabalhadores de outras regiões do país.

Perspectivas para a indústria e economia regional

Lindenmeyer explicou que a retomada do polo naval faz parte de uma estratégia nacional de fortalecimento da indústria, diferenciando-se da política do governo anterior, que promoveu a venda de navios, gasodutos e refinarias. Ele enfatizou que países como China, Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos investem fortemente em suas indústrias navais e que o Brasil precisa seguir essa direção para garantir empregos qualificados e fortalecer sua soberania econômica.

"A construção de um navio envolve muito mais do que o próprio estaleiro. É toda uma cadeia produtiva, com fornecedores de bens e materiais, que impulsiona a economia regional", explicou o parlamentar. Ele destacou que a Transpetro tem um plano estratégico de renovação da frota, com previsão de construção de 25 embarcações nos próximos anos.

Expansão ferroviária e desafios logísticos

Outro tema abordado na entrevista foi a possibilidade de ampliação da malha ferroviária na região. O governo federal estuda a implementação de uma linha de trem de passageiros entre Rio Grande e Pelotas, como parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No entanto, Lindenmeyer alertou para o risco da precarização do setor ferroviário no estado, especialmente com a falta de interessados na concessão da malha do Rio Grande do Sul.

O deputado também criticou os altos custos logísticos da região, agravados por pedágios elevados que impactam a competitividade do Porto de Rio Grande. Ele argumentou que a falta de investimentos em infraestrutura ferroviária tem levado cargas a serem escoadas por portos de outros estados, como Santa Catarina e Paraná, reduzindo o movimento no porto gaúcho.

Novas concessões e o impacto dos pedágios

Por fim, Lindenmeyer comentou sobre a possibilidade de novas concessões rodoviárias no estado, incluindo trechos da BR-290 e BR-116. Segundo ele, há previsão de audiências públicas e uma possível licitação para o final de 2025 ou início de 2026, com implementação dos pedágios a partir de 2027. O deputado defendeu que qualquer nova concessão precisa garantir preços justos e serviços de qualidade, sem repetir os erros do atual contrato da EcoSul, considerado um dos mais onerosos do país.

Imagem: Divulgação

*A entrevista completa está disponível no canal da RádioCom Pelotas no YouTube.


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