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Cpers diz que governo Leite age para reduzir reajuste do piso nacional dos professores

Cpers diz que governo Leite age para reduzir reajuste do piso nacional dos professores

O governador Eduardo Leite (PSDB) se posicionou contrário ao reajuste de 31,3% no piso salarial dos professores. A declaração foi dada na última sexta-feira (1º), durante coletiva de imprensa. Leite disse que haverá atraso nos salários de todos os servidores públicos do Estado se for dado esse aumento para os professores. A presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, diz que o governo estadual, além de criticar o reajuste, atua nos bastidores para tentar baixar o percentual anunciado pelo Ministério da Educação (MEC).

O reajuste de 31,3% no piso dos professores é o acumulado referente aos anos de 2020 e 2021. Segundo o Cpers, as perdas salariais da categoria estão em 47,8% devido aos sete anos sem aumento. O último reajuste ocorreu em novembro de 2014.

Por isso, Helenir critica o governador por não querer pagar 31,3%, sendo que a defasagem salarial da categoria é maior. “Mesmo que pague, ainda teremos perdas, ainda não teremos nosso poder de compra de novembro de 2014”, afirma.

A presidente do Cpers diz que os governos de José Ivo Sartori (MDB) e Eduardo Leite (PSDB) não pagaram nenhuma vez o reajuste do piso da categoria. Helenir explica que ambos incluíram triênios e outras vantagens que compõem o salário dos professores para “dentro” do contracheque, aumentando assim o valor e equiparando-o ao piso, mas sem reajuste efetivo. “Fizeram uma mágica, conseguiram pagar o piso sem colocar dinheiro novo.”

Helenir também mostra preocupação com a situação dos funcionários das escolas, pois o piso é somente para o salário dos professores – os funcionários recebem um complemento em relação ao piso. “Achamos isso danoso pra nossa categoria, para os funcionários das escolas que são fundamentais, ainda mais agora na pandemia, e o governo não reconhece o trabalho deles”, lamenta.

Diante do cenário incerto, o Cpers planeja um ato em Porto Alegre no próximo de 15 de outubro, o Dia do Professor.Frustração

A declaração do governador Leite contra o reajuste do piso salarial dos professores é o ápice de uma situação complicada que se desenrola há mais tempo. Durante os meses de agosto e setembro, representantes do sindicato e do governo estadual tiveram alguns encontros e reuniões. Pelo tom das conversas, os mebros do Cpers até chegaram a entender que o Executivo faria alguma proposta para repor as perdas salariais dos professores. No fim, nada aconteceu.

A negativa ficou evidente na reunião da última sexta-feira com o secretário adjunto da Fazenda, Jorge Luis Tonetto.

“Quando disseram que iriam nos receber, passou pra nós que viria uma proposta, mas na última reunião ficou claro que não viria e que o governo daria apenas o reajuste do piso nacional. Foi um balde de água fria. O governo indicou que vai cumprir a lei do piso e, mesmo assim, está agindo para derrubar o indexador”, diz Helenir.

No encontro, a presidente do Cpers conta que o governo estadual enalteceu o anúncio de que pagará em dia o 13º salários dos servidores públicos esse ano, algo que ela ponderou ser nada mais do que a obrigação do Executivo e direito dos funcionários. A reunião foi ainda marcada pelo constrangimento do governo estadual em enfatizar como conquista da categoria o reajuste de R$ 0,86 centavos no vale refeição. “Pareceu deboche.”

Por: Luciano Velleda- lucianovelleda@sul21.com.br

Redação - SUL21

Edição NPJ



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