Mais Recentes :

Edição da Manhã: Cpers convoca Assembleia Geral para debater mobilização

Edição da Manhã: Cpers convoca Assembleia Geral para debater mobilização

A presidente do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers), Rosane Zan, participou do programa Edição da Manhã nesta segunda-feira, 7 de abril, e destacou os principais pontos que serão debatidos na Assembleia Geral do magistério,que está marcada para sexta-feira (11), em Porto Alegre. A mobilização busca pressionar o governo estadual por reajustes salariais, melhores condições estruturais nas escolas e mais investimentos no plano de saúde dos servidores.

Reajuste salarial e perdas inflacionárias

Segundo Rosane Zan, a principal pauta da Assembleia é a recomposição das perdas inflacionárias acumuladas ao longo da última década. A presidente do CPERS afirmou que, mesmo com o reajuste de 6,27% concedido recentemente ao magistério, uma parcela significativa da categoria — especialmente os funcionários de escola e aposentados — segue sem reposição salarial há quase dez anos.

“Estamos cobrando do governo os 12,14% referentes às perdas inflacionárias, dentro do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. Com vontade política, é possível atender essa demanda”, afirmou.

Preocupação com as PPPs e terceirizações

Outro tema central é o projeto do governo estadual de entregar 99 escolas da rede pública à iniciativa privada por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs). Na região de Pelotas, segundo Rosane, de cinco a seis escolas estão incluídas na proposta.

Ela criticou a iniciativa, destacando que “são cinco bilhões de reais envolvidos. É muito dinheiro que poderia ser investido diretamente pelas comunidades escolares na reestruturação das escolas. Em vez disso, será entregue à gestão privada, o que pode abrir caminho para a terceirização de professores e funcionários”.

Condições de trabalho e adoecimento da categoria

Durante a entrevista, Rosane abordou a sobrecarga enfrentada pelos profissionais da educação, especialmente devido ao excesso de burocracia. “Os professores estão cada vez mais sobrecarregados. Além das aulas, precisam preencher planilhas semanalmente, o que tem causado esgotamento físico e psicológico. Há colegas que dizem sonhar com as planilhas de tanta exaustão”, relatou.

Ela também mencionou que a precarização das condições de trabalho contribui para o fenômeno do “apagão da docência”, com muitos profissionais desistindo da carreira.

Estrutura das escolas e efeitos dos eventos climáticos

Rosane Zan comentou ainda sobre a caravana organizada pelo Cpers para verificar a situação das escolas no interior do estado. Segundo ela, a realidade permanece crítica, com muitos prédios escolares apresentando problemas estruturais sérios, os quais foram agravados por eventos climáticos extremos.

“Precisamos de um plano emergencial. Mostramos ao governo que não havia condições para iniciar o ano letivo em fevereiro por causa do calor, mas nosso pedido foi ignorado. As escolas não têm estrutura para enfrentar temperaturas extremas”, alertou.

Deficiências no IPE Saúde

A dirigente também denunciou problemas no atendimento do plano de saúde dos servidores estaduais. “Faltam médicos especialistas em diversas áreas. Mesmo pagando mais pelo IP Saúde — que passou de 3,1% para 3,6% — ainda enfrentamos muitas dificuldades”, explicou.

Caminhos da mobilização

Questionada sobre a possibilidade de deflagração de greve, Rosane afirmou que a decisão caberá à categoria durante a Assembleia. “Vamos aprovar um calendário forte de mobilização. O ambiente é de insatisfação generalizada”, afirmou.

Serviço

O quê: Assembleia Geral do Magistério

Quando: Sexta-feira, 11 de abril

Onde: Porto Alegre

Organização: CPERS Sindicato

Pauta: Reajuste salarial, estrutura das escolas, IP Saúde, combate à terceirização e outros temas da educação pública estadual

Confira a entrevista completa no canal da RádioCom Pelotas no YouTube.



0 comentários

Adicionar Comentário

Anunciantes

Envie sua notícia