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Edição da Manhã: reitor eleito do IFSul fala de desafios e prioridades na futura gestão
Com uma trajetória ligada ao Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), Carlos Corrêa inicia um novo capítulo em sua história e na da instituição. Eleito reitor da rede no último dia 13, Corrêa assume o desafio de liderar um dos maiores institutos federais do país, comprometido com a inclusão, a excelência no ensino e a expansão da estrutura institucional. O novo gestor assume a reitoria na primeira quinzena de julho.
Durante entrevista ao programa Edição da Manhã da RádioCom Pelotas, Corrêa destacou os principais pontos de sua proposta de gestão, que incluem a reitoria itinerante, parcerias institucionais, busca por novos recursos e melhorias na infraestrutura dos campus. Ele também abordou os desafios orçamentários enfrentados pelos institutos federais e reforçou a importância do IFSul como agente transformador na vida de milhares de estudantes.
Reitoria itinerante e articulação regional
Uma das principais propostas defendidas por Carlos Corrêa durante sua campanha foi a criação de uma reitoria itinerante. A ideia é que, tanto o reitor quanto os pró-reitores, estejam presentes nas diferentes unidades, ouvindo diretamente a comunidade acadêmica. “A presença da reitoria nas unidades foi uma demanda forte nas 14 unidades do IFSul”, destacou.
A proposta inclui ainda a possibilidade de criar um escritório de projetos na região metropolitana, onde está concentrada a maior parte das unidades do IFSul, para facilitar a articulação política e administrativa. Corrêa ressaltou que essa presença física também é estratégica para captar recursos, dialogar com parlamentares e acelerar projetos.
Essa abordagem busca estreitar laços com cada unidade e garantir que suas demandas específicas sejam reconhecidas e atendidas. “Cada campus tem suas particularidades, e nossa gestão precisa ser sensível a isso”, completou.
Infraestrutura, orçamento e expansão
Entre os principais desafios apontados por Carlos Corrêa está a precariedade da infraestrutura em diversas unidades. Segundo ele, algumas estruturas carecem de manutenção urgente, como o Campus Agrícola Visconde da Graça (CAVG), com mais de 100 anos. “É um campus de grande porte, com perfil distinto, e precisa de uma atenção especial”, afirmou.
Além disso, o IFSul vive sob restrição orçamentária. Corrêa explicou que o orçamento atual cobre apenas os custos básicos mensais. “Só o Campus Pelotas precisa de cerca de 12 milhões de reais por ano para manter suas atividades”, alertou. Para suprir a falta de recursos, a gestão aposta em articulações com deputados, por meio de emendas parlamentares, e em programas federais como o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento).
Apesar das limitações, a expansão do instituto continua. O reitor eleito anunciou a consolidação do novo Campus São Leopoldo e revelou tratativas para outras unidades no estado, além da construção de um novo prédio em Novo Hamburgo, o que é fruto de parceria com a Trensurb.
Educação pública e parcerias
Carlos Corrêa reiterou a defesa do ensino público, gratuito e de qualidade como eixo central da atuação do IFSul. Ele lembrou que a missão da instituição, desde sua origem, é atender quem mais precisa. “O slogan original era ‘atender os desvalidos da sorte’. Esse espírito segue vivo”, disse.
Além disso, destacou a importância das parcerias com instituições como a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a prefeitura e outras entidades. Essas cooperações permitem desenvolver projetos de pesquisa, extensão e inovação, beneficiando comunidades locais. “Temos núcleos de economia solidária que atuam diretamente com populações em situação de vulnerabilidade”, exemplificou.
A política de inovação recém-aprovada também deve fortalecer os vínculos com o setor privado, especialmente por meio de projetos de empreendedorismo e laboratórios aplicados.
Uma comunidade de 22 mil estudantes
Hoje, o IFSul atende aproximadamente 22 mil estudantes, considerando os cursos presenciais e a educação a distância. São mais de 50 polos EAD espalhados por todo o Rio Grande do Sul, além das 14 unidades presenciais em 13 cidades. Essa complexidade exige uma gestão descentralizada e colaborativa.
Corrêa valorizou o papel dos gestores locais e reafirmou que a descentralização orçamentária dá autonomia para que cada unidade administre seus recursos conforme suas necessidades. Ainda assim, reforçou que a articulação política da reitoria será essencial para garantir investimentos e manter a qualidade do ensino.
Transição e continuidade
Sobre a transição de gestão, Carlos Corrêa afirmou que o processo está sendo conduzido de forma democrática e transparente. Segundo ele, já estão ocorrendo reuniões entre sua equipe e a atual gestão, liderada pelo professor Flávio Nunes. “Embora tenhamos disputado a eleição, temos uma relação de parceria e respeito. O trabalho da atual gestão precisa ser reconhecido”, pontuou.
Corrêa reforçou que sua prioridade ao assumir será visitar os campus e colocar em prática o plano de gestão construído ao longo da campanha. A expectativa, segundo ele, é grande, mas a confiança da comunidade será retribuída com compromisso e trabalho coletivo
Confira a entrevista completa no canal da RádioCom Pelotas no YouTube.
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