Em entrevista concedida ao programa Edição da Manhã nesta quarta-feira (2), o prefeito de São Lourenço do Sul, Zelmute Marten (PT), falou sobre sua eleição como vice-presidente para o tema de cidades resilientes da Associação Brasileira de Municípios (ABM). Durante a conversa, o gestor destacou os desafios da crise climática, as ações em andamento no município e a importância de engajar outras cidades brasileiras na pauta da resiliência.

Compromisso com a resiliência climática

Zelmute Marten destacou que a eleição representa um reconhecimento ao trabalho que já vem sendo desenvolvido em São Lourenço do Sul e também uma responsabilidade diante dos novos desafios climáticos. Segundo ele, os eventos extremos deixaram de ser exceções e passaram a fazer parte do que chamou de “novo normal” da crise climática.

“O ponto de não retorno da crise climática é a realidade que enfrentamos, e precisamos preparar os municípios com estratégias de resiliência, como planos de contingência e estudos técnicos para identificar áreas de risco, como estamos fazendo aqui com apoio da Sociedade de Geologia do Brasil”, explicou.

A atuação do programa Cidades Resilientes

Como vice-presidente, Zelmute atuará ao lado do presidente da ABM, Washington Quaquá (prefeito de Maricá/RJ), com o objetivo de engajar os municípios brasileiros na agenda climática. Marten afirmou que o programa visa tanto a promoção de debates quanto a mobilização para ações práticas, incluindo a preparação das cidades para a COP30.

“O propósito é que a COP30 seja a COP das cidades. Também estamos articulando com organismos de financiamento internacionais e preparando um encontro dos BRICS em Maricá para o final de abril”, informou.

Formação, obras e cooperação regional

Durante a entrevista, o prefeito mencionou iniciativas concretas em andamento, como a participação de São Lourenço do Sul nos programas Capacita Cidades e Adapta Cidades, que promovem a formação de servidores públicos e obras de infraestrutura.

“No nosso município, estamos realizando o desassoreamento dos arroios São Lourenço e Carahá, que cortam a cidade, com o apoio do governo estadual, como parte do plano de reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes de 2024”, afirmou.

Representatividade da Zona Sul

Zelmute Marten também comentou sobre a relevância de um representante da Zona Sul do estado ocupar esse espaço nacional, especialmente após a catástrofe climática de maio de 2023, que afetou duramente Pelotas, São Lourenço e Rio Grande.

“A escolha do meu nome se deve à trajetória de mais de 20 anos dedicada à pauta climática e à promoção da transição energética. Tenho dialogado com diversos setores e autoridades para construir políticas públicas alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU e ao Acordo de Paris”, destacou.

Ações concretas e integração com a comunidade

Entre as medidas citadas pelo prefeito para fortalecer a resiliência, estão a qualificação das defesas civis municipais, a elaboração de projetos para editais de financiamento e a integração com instituições de ensino da região.

“Estamos finalizando um estudo técnico que vai nos permitir hierarquizar as áreas de risco no município. Queremos mobilizar a comunidade e elaborar planos de contingência em parceria com universidades como a UFPel, FURG e UCPel”, pontuou.

Confira a entrevista completa no canal da RádioCom Pelotas no YouTube.