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Estudo da UFRGS revela falhas no sistema de bandeiras para conter a Covid-19 no RS

Estudo da UFRGS revela falhas no sistema de bandeiras para conter a Covid-19 no RS

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) apontou falhas estruturais no Modelo de Distanciamento Controlado (MDC), adotado pelo governo do Rio Grande do Sul durante a pandemia de Covid-19. Intitulada “Falhas no Modelo de Distanciamento Controlado: uma análise da efetividade das bandeiras no combate à pandemia de Covid-19 no Rio Grande do Sul”, a pesquisa analisou dados epidemiológicos, a evolução da pandemia no estado e a relação entre as mudanças nas bandeiras e a mobilidade social.

Os cientistas avaliaram a efetividade das medidas implementadas e concluíram que o modelo não foi capaz de conter a propagação do vírus de forma eficiente. O trabalho foi desenvolvido por um grupo multidisciplinar, incluindo especialistas em epidemiologia, estatística e políticas públicas, e destaca a necessidade de reavaliar os critérios utilizados para a tomada de decisões em crises sanitárias futuras.

Principais conclusões do estudo

- Indicador de Transmissão Ignorado: O MDC não considerou o número efetivo de reprodução do vírus (Rt), métrica fundamental para avaliar o avanço da pandemia.

- Peso Excessivo na Ocupação de Leitos: O modelo atribuiu importância desproporcional à capacidade hospitalar, utilizando a ocupação de leitos como principal indicador, o que não reflete diretamente a propagação do vírus.

- Ineficiência das Bandeiras: As cores atribuídas às bandeiras não correspondiam ao real grau de transmissão da Covid-19 e não influenciaram na redução da mobilidade das pessoas.

- Falta de Impacto nas Medidas de Contenção: As mudanças nas bandeiras não tiveram relação estatística significativa com alterações na trajetória da pandemia, indicando que as medidas implementadas não foram eficazes.

Os pesquisadores destacam que focar na ocupação de leitos é inadequado, pois este é um indicador tardio do avanço da pandemia. A ampliação de leitos não acompanha a velocidade de transmissão do vírus, e a alta taxa de mortalidade entre pacientes internados em UTIs reforça a necessidade de medidas preventivas mais eficazes.

O estudo sugere que o modelo adotado pelo governo estadual não conseguiu implementar medidas de distanciamento social de forma eficaz, conforme preconizado por organizações de saúde. Os pesquisadores encaminharam suas conclusões ao governo, mas até o início de junho não haviam sido contatados para discutir os resultados.

 *Com informações do Matinal Jornalismo


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