Mais Recentes :

Estudo da UFRJ aponta que Meta lucrou com anúncios fraudulentos sobre Pix

Estudo da UFRJ aponta que Meta lucrou com anúncios fraudulentos sobre Pix

Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), divulgado nesta semana, revelou que a Meta obteve lucro com anúncios enganosos sobre a falsa taxação do Pix. A empresa recebeu pagamentos para impulsionar conteúdos fraudulentos que mencionavam uma suposta cobrança pelo uso do sistema e o serviço Valores a Receber, do Banco Central.

Divulgação de fake news e alcance ampliado

Os anúncios utilizaram imagens de órgãos públicos, como a Caixa Econômica Federal, e se apropriaram da identidade visual do governo para enganar usuários e obter informações sensíveis. A disseminação desse conteúdo foi potencializada pelas ferramentas de publicidade da Meta, que controla Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp.

Entre os materiais identificados, estava um vídeo falso do ministro Fernando Haddad (Fazenda), gerado por inteligência artificial, que propagou a desinformação sobre a suposta taxação. A crise se intensificou quando o deputado Nikolas Ferreira (PL) publicou um vídeo sobre o tema, gerando mais de 300 milhões de visualizações. Sua identidade também foi utilizada indevidamente em golpes virtuais.

Além dele, imagens de figuras públicas como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o presidente Lula (PT) e o jornalista William Bonner foram exploradas em fraudes que direcionavam vítimas a preencher formulários suspeitos e realizar transferências via Pix.

Volume de anúncios fraudulentos e impacto

De acordo com a UFRJ, entre os dias 10 e 21 de janeiro, foram identificados 1.770 anúncios fraudulentos impulsionados no Facebook e no Instagram. A coordenadora do estudo, professora Marie Santini, destacou que o medo e a incerteza foram fatores explorados pelos golpistas para atrair vítimas. Cerca de 40,5% das propagandas fraudulentas usavam a identidade visual do governo sem autorização, prática considerada crime pelo Código Penal.

A pesquisa apontou que a disseminação desses anúncios cresceu após a revogação, pelo governo, da instrução normativa da Receita Federal sobre o monitoramento de transações via Pix acima de R$ 5.000 em fintechs.

Falta de colaboração da Meta

Outro dado alarmante do relatório é que cerca de 70% dos vídeos analisados continham manipulações feitas com inteligência artificial, sem indicação de que se tratavam de conteúdos sintéticos, em desacordo com as regras da própria Meta. Os estelionatários utilizaram ferramentas de segmentação para atingir perfis mais vulneráveis, dificultando a comunicação oficial do governo sobre o tema.

A UFRJ também apontou que a Meta não coopera com bancos e autoridades brasileiras para identificar as contas envolvidas nos golpes. No Reino Unido, após pressão de bancos britânicos, a empresa adotou um programa de compartilhamento de dados para combater fraudes financeiras, algo que ainda não ocorre no Brasil.

A Secretaria de Comunicação Social do governo afirmou que monitora perfis fraudulentos e encaminha os casos à Advocacia-Geral da União e à Polícia Federal para possíveis medidas judiciais. Já a Meta, em nota oficial, afirmou que não permite atividades fraudulentas e que trabalha constantemente para aprimorar seus mecanismos de detecção de conteúdo enganoso, sem esclarecer o destino dos valores arrecadados com os anúncios fraudulentos.

*Com informações do ICL Notícias


0 comentários

Adicionar Comentário

Anunciantes

Envie sua notícia