Após a Prefeitura de Pelotas informar que a 5ª Coordenadoria Regional De Educação (CRE) está solicitando que a escola Edmar Fetter seja desocupada para o retorno das atividades escolares, a vereadora Fernanda Miranda (PSOL) utilizou a tribuna da Câmara e as redes sociais para denunciar o encaminhamento desta demanda.

Na avaliação da parlamentar, falta empatia e sensibilidade por parte do Governo Municipal, já que nenhuma outra alternativa foi apresentada, ou mesmo discutida, com quem vive, hoje, no local. “É um absurdo que as pessoas que já estão em uma situação difícil e vulnerável de abrigamento, em um dos momentos mais desafiadores de suas vidas, tenham mais essa preocupação de não saber para onde ir se o abrigo da Escola Estadual Dr. Edmar Fetter fechar. As famílias, que estão abrigadas ali, há quase um mês, reivindicaram desde o primeiro momento da crise que houvesse um abrigo, no bairro, para permanecerem próximas ao seu território de trabalho e moradia”, criticou a vereadora ao tratar do tema em suas redes sociais.

Cheia ainda é realidade

De acordo com a informação repassada pela própria prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), em sua live diária, houve um aumento dos níveis da água tanto canal São Gonçalo quanto da Lagoa dos Patos, durante a madrugada, e há uma previsão de chegada de ventos leste e nordeste, até esta quarta-feira (5), o que deve fazer com que a água venha em direção a Rio Grande e passe por Pelotas. Embora essas mudanças climáticas possam levar a mais uma elevação no nível das águas, nas próximas 24h, o que ainda dificulta o retorno de muitas famílias para suas casas, a chefe do Executivo Municipal afirmou não se tratar de nada alarmante e se mostrou confiante na melhora gradativa da situação no Laranjal.

“É um movimento de fluxo e refluxo das águas, que é um pouco angustiante para as pessoas. Já saímos do momento crítico, mas ainda estamos vivendo o processo da cheia”, afirmou a prefeita em sua live, nesta terça (5), ao informar que as bombas já estão em funcionamento no Laranjal e que alguns moradores já têm conseguido se dirigir até as suas residências.

Nem todos já podem voltar

Há aproximadamente um mês, a Escola Edmar Fetter tem sido a moradia de dezenas de pessoas que foram acolhidas neste local justamente por estar próximo às suas casas. São moradores das áreas mais afetadas no Balneário Valverde e Pontal da Barra e que, além de enfrentar o dilema de querer retornar para as suas residências e não poder, certamente compartilham do sentimento de angústia mencionado pela prefeita. No entanto, até o momento, eles seguem sem qualquer alternativa. Conforme informações repassadas por servidores da Prefeitura, a orientação é para que desocupem o local ainda nesta quarta-feira (5), provavelmente sendo redirecionadas para o abrigo que está em funcionamento, hoje, no Câmpus Visconde da Graça (CaVG).

Redação e imagem: Eduardo Menezes