A mobilização para o 8 de Março em Pelotas está em pleno andamento. Com eixos já definidos e uma caminhada planejada, a Frente Feminista 8M convoca mulheres da cidade para fortalecer a luta feminista e ampliar a participação no ato. Entre as principais pautas deste ano estão a luta antifascista, o apoio à causa palestina e a defesa de todas as vidas, com destaque para a população trans. Além disso, a organização busca reforçar a inclusão e a pluralidade do movimento, garantindo que todas as mulheres tenham espaço de participação. Como parte desse processo, uma reunião de mobilização acontece nesta quarta-feira (26), às 19h, no Auditório do Museu do Doce.

No programa Contraponto, da terça-feira (25), a jornalista e integrante da Frente Feminista 8M Pelotas, Niara de Oliveira, falou sobre os preparativos para a marcha deste ano e a necessidade de engajamento das mulheres na luta por direitos. Segundo ela, além da mobilização para o dia 8 de março, a Frente Feminista tem um trabalho constante ao longo do ano, promovendo debates, reuniões e ações em defesa dos direitos das mulheres e da população vulnerabilizada.

Os eixos da marcha e a luta feminista

Niara destacou que a definição dos eixos é um processo essencial na organização da marcha, pois são eles que guiam as principais mensagens e demandas do movimento. Este ano, três temas centrais foram escolhidos:

• Luta antifascista: Frente à ascensão da extrema-direita no Brasil e no mundo, Niara ressaltou a importância da resistência feminista contra o retrocesso de direitos, lembrando a histórica vulnerabilidade das mulheres em momentos de crise política e econômica.
• Palestina Livre: O movimento também se solidariza com a luta palestina, considerando o genocídio em curso e a necessidade de manifestação contra a opressão. Niara apontou que essa bandeira também está relacionada à luta contra outras formas de extermínio, como o genocídio de povos indígenas e africanos.
• Por todas as vidas: Tradicionalmente, o movimento feminista se organiza em defesa da vida das mulheres. Neste ano, a Frente ampliou essa pauta para incluir a população trans, que tem sido um dos principais alvos da extrema-direita em nível global. A ideia é reforçar que a luta feminista deve ser inclusiva e garantir direitos a todos.

Organização e desafios do movimento

A Frente Feminista 8M Pelotas se estrutura de forma horizontal, sem coordenação fixa, e realiza plenárias mensais para organizar suas ações. Niara destacou que o grupo busca agregar cada vez mais mulheres, coletivos e entidades ao movimento, fortalecendo as pautas feministas na cidade.

Um dos desafios apontados pela jornalista é a construção de um ambiente político mais inclusivo em Pelotas. A Frente Feminista tem cobrado da gestão municipal uma maior participação das mulheres na formulação de políticas públicas e avanços concretos no enfrentamento à violência de gênero. A expectativa é que, com a nova gestão e a retomada das conferências nacionais, sejam criadas condições para um plano municipal de políticas para as mulheres.

Serviço

O quê: Reunião de mobilização para a marcha do 8 de março

Quando: Segunda-feira, 26 de fevereiro, às 19h

Onde: Auditório do Museu do Doce (Praça Coronel Pedro Osório, nº 8)

Quem pode participar: Todas as mulheres interessadas em contribuir com a organização do ato

*Confira a entrevista completa no canal da RádioCom Pelotas no YouTube.