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Governo autoriza IBGE a contratar funcionários sem processo seletivo

Governo autoriza IBGE a contratar funcionários sem processo seletivo

Uma Medida Provisória publicada na segunda-feira (21) autoriza o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a contratar pessoas para trabalhar no Censo 2022 sem a realização de processo seletivo. A medida autoriza ainda que servidores aposentados da União, dos Estados e dos Municípios sejam contratados.

A coordenadora da Agência do IBGE em Pelotas, Tatiana Gautério, nos fala mais detalhes sobre essa medida provisória e o trabalho do Censo até aqui. "O Censo demográfico vai até o final. Nós aqui agência de Pelotas não estamos fazendo a contratação de pessoas, isso posso falar da minha região Pelotas onde temos equipes suficientes para o trabalho. Sobre esse processo de chamar as pessoas vem facilitar e agilizar como o recenseador é um trabalho temporário acaba que há muitas trocas de profissionais. A pessoa vem faz um determinado tempo o serviço encontra outra função aí abrem-se novas vagas. Esse processo seletivo mais rápido ,simplificado, ele vem beneficiar as agências que estão sem gente ".

O Censo funciona da seguinte maneira, a pessoa que tem interesse em ser recenseador vai se deslocar até o IBGE ou ao posto de coleta da cidade onde vai trabalhar e efetua a inscrição. Não é porque foi feita uma Medida Provisória(MP) que retira a necessidade daquele processo seletivo formal que não critérios. Muito pelo contrário. O critério adotado foi o chamamento das pessoas que se inscrevem é a escolaridade e idade. Aquele candidato que tiver maior escolaridade fica na frente no processo e em caso de empate quem ocupa é a pessoa mais velha. É um jeito de se fazer o chamamento das pessoas.

De acordo com Tatiana, sobre o índice de recenseamento Pelotas não há áreas vazias sem recenseador. Todas as áreas tem pessoal trabalhando. Foi dividida toda cidade em 662 setores, em torno de 60 % concluído e pago ao recenseador. Ainda falta só de 40 a 50 % de setores em andamento. A expectativa é que até a metade do mês de dezembro a equipe já tenha percorrido o restante necessário tanto na zona urbana quanto na rural.

Tatiana dá algumas orientações importantes. "O Censo é feito a cada dez anos. Então, é muito importante todo cidadão, cidadã receba o recenseador, aquele trabalhador que está batendo em todas as portas. Nenhum domicílio pode ficar para trás. Através do Censo que o município pode saber, por exemplo, quantos médicos são necessários num posto de saúde, quantos professores numa escola, essa é a importância do Censo". Vale lembrar que tudo que é dito para o recenseador, por força de lei, fica em sigilo, existe uma lei do sigilo estatístico, onde garante que nenhum outro órgão federal, estadual ou municipal, pode solicitar qualquer dado individualizado ao IBGE. As informações são sigilosas. "Aproveito a oportunidade para fazer um apelo, recebam bem o recenseador, para que ele consiga concluir o trabalho dele que é tão importante para o país".

Um dos recenseadores , Maico Bittencourt , relata sua rotina de trabalho durante o Censo e os desafios enfrentados. " Eu fiz três setores censitários, contempla de 200 a 400 casas , os meus ficaram na média 30 casas. As coisas diferentes que percebi foram primeiro no meu caso, fiz processo seletivo simplificado, que é igual a concurso público, depois uma semana de treinamento , no final de agosto. Imaginei que fossem todos assim, mas não as pessoas são contratadas de qualquer jeito. Em relação ao trabalho de recenseador Maico salienta que tudo transcorreu normalmente. " Em relação ao trabalho em si não tenho muita coisa para me queixar, não tenho mesmo, noventa e nove por cento das pessoas responderam , deram informação corretamente, um número bem pequeno de pessoas resolveu responder pela internet. Houve duas ou três recusas , fiz dois condomínios aqui perto da minha casa , no Bairro Py Crespo e fiz o Condomínio Roraima no Bairro Sítio Floresta. É um local de pessoas bem humildes, pobres".

Quanto ao valor pago aos trabalhadores recenseadores , ele ressalta que é baixo. " Por causa disso, fez muita gente desistir do trabalho, como o Censo ocorreu no meio das eleições , por isso, um bom número de pessoas foi trabalhar nas próprias eleições, como cabo eleitoral, com bandeiras, porque pagavam mais. Uma grande dificuldade que tive como recenseador é que muitos abandonaram o serviço pelo valor pago. Já outro percentual abandonou pelo trabalho ser cansativo, realmente para quem gosta de lidar com pessoas, não é uma barbada como alguns pensam, porque cada recenseador, tem que ir no mínimo quatro vezes em cada unidade, para que possa concluir sua parte e nessas quatro vezes deveria ser num turno diferente ". Maico relata ter ido de cinco a seis vezes uma vez pela manhã , à tarde e à noite em cada casa posteriormente e dizer não conseguiu falar com aquela pessoa ".

Segundo Maico, percebe-se que o IBGE está totalmente sucateado. O limite é de cinco empregados efetivos , não passando disso. "Todo trabalho do Censo foi feito por pessoas contratadas temporariamente, pessoas que estavam sem atividade profissional . Já os funcionários efetivos do instituto sem envolveram pouco no Censo. Houve também quase que demora no pagamento pelo sucateamento feito atual governo. Mesmo assim, digo que o trabalho do Censo é fundamental para o Brasil. Além disso , fundamental também que o próximo governo reestruture o IBGE, inclusive quem entrou em contato , coordenou o processo com os supervisores, entre outros trabalhadores foi a minha colega, Janaína,que não é funcionária efetiva do instituto ,mas foi com ela que todos trataram", finaliza.

Segundo o instituto, 64,3% do trabalho já foi concluído e 6,6% do recenseamento sequer foi iniciado. Mais de 156 milhões de pessoas já foram recenseadas em todo o Brasil. Já no Rio Grande do Sul, apenas 59,8% do trabalho de recenseamento foi concluído e 7,1% não foi iniciado.

Reportagem e edição Fábio Cóssio

Foto: Fábio Cóssio


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