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Lula: Bolsonaro vive de desrespeitar as autoridades e as instituições

Lula: Bolsonaro vive de desrespeitar as autoridades e as instituições

Em entrevista coletiva nesta terça-feira (26) à mídia independente e youtubers, o ex-presidente Lula (PT) afirmou que Jair Bolsonaro (PL) 'vive de desrespeitar as autoridades e as instituições'. A declaração vem no momento em que Bolsonaro concedeu um indulto ao deputado federal Daniel SIlveira (PTB-RJ) após este ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), abrindo uma nova crise entre os Poderes.

Bolsonaro, nesta segunda-feira (25), também ameaçou descumprir uma eventual ordem do Supremo em relação à demarcação de terras indígenas. "Estamos vivendo um momento muito delicado na história do Brasil. Tenho uma idade mais ou menos avançada, 76, faço política há 50 anos e nunca vi a gente viver uma situação como a que estamos vivendo hoje. Uma situação de desgovernança total", declarou o petista.

"Você não tem um presidente da República que governa o país, você tem um presidente que se preocupa todo dia em tentar criar uma polêmica na sociedade porque ele vive disso. Ele vive de desrespeitar as instituições, de desrepeitar as autoridades, a relação internacional, de desrespeitar a lógica da ciência, no caso das vacinas e da Covid. Eu o considero responsável por pelo menos metade das pessoas que morreram nesse país [por Covid-19], pelo descaso com que ele tratou a saúde. Ele não trata de crescimento econômico, não trata de desenvolvivemento econômico, não trata de aumento de salário. Ele efetivamente não trata de economia, de relação com as entidades. Vai completar quatro anos [de mandato] e nunca se reuniu com o movimento sindical, com o movimento social, com empresários, com governadores, com prefeitos. Nunca se reuniu com ninguém. Ele vive em um mundo das fake news, da mentira que ele construiu para governar esse país", disse.

Lula afirmou que o Brasil pós-Bolsonaro estará em uma situação pior do que a que encontrou quando chegou à Presidência da República pela primeira vez, em 2003. "O Brasil está em uma situação econômica muito difícil. Nós vamos encontrar um Brasil mais quebrado. Vamos ter mais inflação, mais desemprego, menos massa salarial, menos aumento de salário mínimo, temos menos credibilidade interna e externa e temos uma coisa mais grave, que é o desmonte das coisas que funcionavam no Brasil. Na questão ambiental, ele [Jair Bolsonaro] destruiu tudo que a gente tinha construído para ter uma política ambiental séria nesse país, a começar pelo Ibama. Do ponto de vista econômico, a gente vai encontrar o povo mais pobre. Vamos encontrar 19 milhões de pessoas com fome, 116 milhões de pessoas com algum problema de segurança alimentar. Vamos ver o preço das coisas muito mais altos do que já vimos em outro momento".

O ex-presidente disse esperar uma campanha eleitoral rasteira por parte dos bolsonaristas. "Achamos que será uma campanha de muito baixo nível da parte do governo, e nós vamos tentar fazer uma campanha no nível que fizemos contra todos os candidatos contra quem disputamos as eleições, que não foram poucas. Temos que ter uma relação de respeito com a sociedade, que não está participando diretamente mas está em casa, na rua, no trabalho. Ou seja, está transitando entre os estados brasileiros, e quando ela ouvir um dirigente político pedir voto ela precisa no mínimo achar e entender que aquela pessoa está a respeitando".

Lula classificou sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto como um 'movimento pela democracia'. "Estamos tentando construir não uma candidatura, mas um movimento que possa restabelecer a democracia nesse país. O Brasil precisa de um governo que em vez de 'governar', 'cuide' do povo. Esse país precisa ser cuidado. A njossa floresta tem que ser cuidade, nossa água, nossas riquezas minerais, nosso povo, nossos índios, nosso povo negro, nossas mulheres têm que ser respeitadas. Ou seja, um governo com o mínimo de tradição humanista, com o mínimo de tradição democrática. Um governo que tenha um sentimento de fraternidade, de solidariedade. Palavras que o atual governo não quer ter nenhuma relação".

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