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Mais de 3 mil pessoas marcham batendo panelas contra fome em Porto Alegre
Mais de 3 mil pessoas saíram às ruas do Centro Histórico de Porto Alegre, na tarde ensolarada deste sábado (9), e bateram panelas na Marcha contra a Fome, a Miséria e o Desemprego. A mobilização foi organizada pela CUT-RS, centrais sindicais e movimentos sociais.A concentração ocorreu no Largo Glênio Peres, que aos poucos foi tomado por trabalhadores, trabalhadoras, estudantes, moradores e moradoras da periferia, que abriram faixas e cartazes para protestar contra a carestia e a volta do Brasil ao mapa da fome.
Antes do início da caminhada, as centrais sindicais fizeram as suas manifestações. “Não vamos sair das ruas e das redes, enquanto não conquistarmos de volta os direitos dos trabalhadores e as empresas estatais que estão sendo vergonhosamente vendidas”, conclamou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci. Ele se referia à revogação das reformas trabalhista e da previdência e denunciou as privatizações nos governos federal e estadual.
Organizar comitês de luta
“Estamos aqui em nome de direitos, de dignidade e de comida no prato para todos os brasileiros. Mas para mudar esse país, cada um e cada uma deve se empenhar e organizar um comitê de luta contra a fome, a exclusão social, a miséria e o desemprego”, ressaltou.
O dirigente da CUT destacou que a inflação está acima de 10% desde setembro de 2021 e os preços da alimentação estão batendo recordes e contribuem para piorar ainda mais a vida da maioria dos brasileiros. Ele cobrou políticas de geração de emprego e renda para combater o desemprego que atinge mais de 10,6 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, além de milhões que possuem trabalho precário ou estão na informadade.“Só no primeiro semestre deste ano, mais de 33 milhões de brasileiros ficaram sem acesso a qualquer tipo de alimento”, destacou Amarildo. Essa situação é caracterizada pelos organismos internacionais como “fome” ou “insegurança alimentar grave”, frisou.
Também usaram o microfone dirigentes da CTB, Força Sindical, Intersindical, Fórum Sindical e CSP-Conlutas. Todos defenderam a necessidade da unidade da classe trabalhadora para enfrentar e derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo. Os movimentos sociais e os partidos de esquerda que vieram participar se pronunciaram no final da marcha.
Panelaço
Depois das falas das centrais, teve início por volta das 15 horas a caminhada que subiu a Avenida Borges de Medeiros, entrou na Rua José do Patrocínio e terminou no Largo Zumbi dos Palmares, palco tradicional de encerramento das marchas democráticas e populares na capital gaúcha. O som das batidas nas panelas vazias era intenso, sinalizando para a população a falta de comida no prato.
Depois das falas das centrais, teve início por volta das 15 horas a caminhada que subiu a Avenida Borges de Medeiros, entrou na Rua José do Patrocínio e terminou no Largo Zumbi dos Palmares, palco tradicional de encerramento das marchas democráticas e populares na capital gaúcha. O som das batidas nas panelas vazias era intenso, sinalizando para a população a falta de comida no prato.
Em meio aos panelaços, os manifestantes puxaram palavras de ordem como “o arroz tá caro, o feijão tá caro, o povo organizado vai tirar o Bolsonaro”. Também alertavam para a disparada dos preços dos alimentos, dos combustíveis, do gás de cozinha e da energia elétrica. “Tudo muito caro, a culpa é do Bolsonaro” dizia a frase estampada na faixa de abertura de marcha. "Basta, o povo não aguenta mais", salientou a secretária-geral da CUT-RS, Vitalina Gonçalves, a Vita.
Resgatar o Brasil para os brasileiros.
“A fraude eleitoral e as ameaças que eles fazem contra a democracia devem ter como resposta uma grande mobilização popular”, propôs a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). “Essa luta para resgatar o Brasil para os brasileiros é de cada trabalhador que hoje não está tendo acesso a um prato de comida e é de todos aqueles que perderam um familiar para a covid-19”, apontou.
O presidente da Federação Democrática dos Sapateiros do RS, João Batista Xavier, também chamou a atenção para o aumento da fome. “Nossa luta é contra o governo Bolsonaro e o bolsonarismo aqui no Rio Grande do Sul, onde ao menos 20 mil pessoas estão na mais absoluta miséria, sem ter o que comer”, denunciou.
O secretário de Administração e Finanças da CUT-RS, Antônio Güntzel, cobrou também o governo de Eduardo Leite / Ranolfo Vieira Jr. (PSDB), que até agora não enviou um projeto de reajuste do salário mínimo regional de 2022 para a Assembleia Legislativa. A data-base é 1º de fevereiro. "Isso mostra o descaso do governo tucano com a renda da classe trabalhadora e o combate à fome", disse.
A marcha contou com a participação de centenas de moradores da periferia de Porto Alegre, integrantes do projeto CUT com a Comunidade, como dos bairros Farrapos, Cruzeiro, Restinga, Morro da Cruz e Lomba do Pinheiro.Assim como ações de intolerância que têm sido vistos em outros atos pelo País, ovos foram arremessados contra os manifestantes de um prédio na Avenida Borges de Medeiros, um deles atingindo a fotógrafa do Sul21 Luiza Castro. Foi um ataque isolado, covarde e inaceitável que agride o direito de livre manifestação, a liberdade de imprensa e a democracia. Não nos calarão!
Fotos: Carolina Lima / CUT- RSFonte
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