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No Brics, Lula defende taxação de super-ricos e critica guerra de Israel no Oriente Médio
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante foto oficial dos Líderes do Brics em Joanesburgo, na África do Sul, em agosto de 2023. - Imagem: Ricardo Stuckert / PR
Presidente anunciou as diretrizes da presidência do Brasil no Brics em 2025, focando na defesa de um mundo multipolar
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta quarta-feira (23), da 16ª Cúpula do Brics por videoconferência e anunciou o lema da próxima cúpula que será realizada em 2025 sob a presidência do Brasil: "Fortalecer a cooperação do Sul Global para uma governança mais inclusiva e sustentável".
Durante a sua participação na plenária dos líderes da cúpula, Lula defendeu a taxação de super-ricos e o combate à fome, criticou a guerra promovida por Israel no Oriente Médio e fez um apelo contra as mudanças climáticas.
De acordo com o líder, "não há dúvida" de que a maior responsabilidade sobre os problemas climáticos no mundo recai sobre os países ricos.
"O Brics é ator incontornável no enfrentamento da mudança do clima, não há dúvida de que a maior responsabilidade recai sobre os países ricos, cujo histórico de emissões culminou na crise climática que nos aflige hoje. É preciso ir além dos 100 bilhões anuais prometidos e não cumpridos e fornecer medidas de monitoramento dos compromissos assumidos", afirmou.
O presidente lembrou que o Brasil sediará a Cúpula do Clima (COP) de 2025, em Belém (PA). "Os dados da ciência exprimem um sentido de urgência sem precedentes. O planeta é um só, e seu futuro depende da ação coletiva. Também cabe aos países emergentes fazer sua parte", destacou.
Lula também apontou a atuação da política externa brasileira no âmbito da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, dando o tom sobre a presidência do Brasil na cúpula em 2025. Ele anunciou o lema do próximo encontro: "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável".
Segundo o presidente, a liderança brasileira no Brics terá como norte a defesa de um mundo multipolar de "relações menos assimétricas entre os países".
"Na presidência brasileira dos Brics, queremos reafirmar a vocação do bloco na luta por um mundo multipolar e por relações menos assimétricas entre os países. Não podemos aceitar a imposição de apartheid no acesso a vacinas e medicamentos como ocorreu na pandemia, nem no desenvolvimento de inteligência artificial que caminha para se tornar privilégio de poucos", acrescentou.
Ao comentar sobre a crise no Oriente Médio, Lula lembrou da fala do presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, que afirmou na Assembleia Geral da ONU que a Faixa de Gaza se tornou "o maior cemitério de crianças e mulheres do mundo".
"Essa insensatez agora se alastra para a Cisjordânia e para o Líbano. Evitar uma escalada e iniciar negociações de paz também é crucial no conflito entre Ucrânia e Rússia", completou.
O líder brasileiro cancelou a viagem à Rússia de última hora no domingo (20) após um acidente doméstico. A delegação brasileira em Kazan é chefiada pelo chanceler Mauro Vieira.
Texto de: Brasil de Fato
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