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‘Nós não somos um governo de pensamento único, de apenas pessoas iguais’, diz Lula
Na reunião ministerial inaugural, presidente disse que quer montar um governo “com gente competente da política” e alertou: quem errar será demitido.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, também ministro da Indústria e Comércio Exterior, abriram nesta sexta-feira (6) a primeira reunião ministerial do novo governo, inaugurado oficialmente no último domingo (1°). A fala de ambos foi transmitida pela TV Brasil. Lula reforçou o caráter de frente ampla de seu governo, destacado ontem na posse da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB-MS). “Nós não somos um governo de pensamento único, de filosofia única, de apenas pessoas iguais. Somos um governo de pessoas diferentes”, disse o presidente.
Segundo ele, o importante é a convergência no esforço para ser “igual”, no processo de reconstrução do país. O exemplo inicial citado por ele foi o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD-MT), que representa, segundo Lula, a perspectiva de trabalhar no governo com “pessoas sérias” do agronegócio, que conhecem a necessidade de produzir “sem ofender” a Amazônia e outros biomas. Mas “quem teimar em continuar desrespeitando a lei, a força da lei imperará sobre eles”, alertou.
O chefe de governo enfatizou o compromisso da campanha com a volta do crescimento, da geração de emprego e aumento da massa salarial. “É possível fazer a economia voltar a crescer com responsabilidade, com distribuição de renda e riqueza, e gerar emprego que garanta ao trabalhador um pouco de seguridade social.”
Defendeu o investimento no sistema cooperativo, no micro e pequeno empreendedor e pequeno e médio empresários, “mas que o trabalhador tenha garantias e o Estado garanta o mínimo de segurança”.
Educação e Saúde
Lula se dirigiu também a alguns ministros que considera emblemáticos do novo governo, em áreas que o bolsonarismo atacou e trabalhou para destruir. Falou a Camilo Santana, da Educação, mencionando a necessidade de retomar reformas em 4 mil obras de escolas paralisadas, de acordo com ele.
O chefe do Executivo falou da intenção de “dar um salto de qualidade no ensino fundamental e ensino básico”. “Temos que exportar conhecimento, deixar de ser um país em desenvolvimento e passar a ser um país desenvolvido.” Também disse que o povo “precisa de cultura” e que há carência de escolas, saúde, lazer e esporte. “Está faltando quase tudo.”
A Nísia Trindade (Saúde) afirmou que a área coberta pela pasta está sempre “um pouco ausente” do que é necessário. “Tem cidades que passam anos sem ter um médico”, exemplificou.
Política
O presidente falou também do caráter político de sua visão de governar. “Não tenho vergonha de dizer que vamos montar o governo com gente da política muito competente, gente técnica muito competente”, disse. “Não faço distinção e não quero criminalizar a política.” Pediu aos ministros para atenderem bem os políticos: “precisamos manter boa relação com o Congresso Nacional”.
“Vou fazer a mais importante relação com o Congresso. Fazer tantas quantas conversas for necessário. Não tem veto ideológico para conversar”, acrescentou. Segundo ele, não são os presidentes das duas casas do Congresso, Arthur Lira (da Câmara) ou Rodrigo Pacheco (Senado), que precisam do governo, mas o contrário.
Lula alertou que eventuais erros de conduta não serão tolerados: “Quem fizer errado, a pessoa será simplesmente, da forma mais educada, convidada a deixar o governo”. Se o erro for grave, o implicado deverá enfrentar a justiça, segundo disse.
Alckmin: “gratidão”
Em sua fala, que foi curta, Alckmin afirmou que é preciso agradecer à população e ao próprio Lula. “O povo brasileiro deu uma aula”, disse. Segundo ele, “em quase 50 anos de vida pública, nunca tinha visto um uso e abuso da máquina pública como ocorreu na última eleição”.
Bolsonaro fez “o que podia e não podia pra ganhar a eleição, (mas) o espírito correto prevaleceu”, frisou Alckmin. O mais impressionante, acrescentou, foi que essa “resiliência” veio do “povo mais simples e sofrido, os mais desfavorecidos”, parcela da população que votou em massa na chapa vencedora. “Gratidão ao povo e a Lula, porque só ele ganharia essa eleição” (de Bolsonaro), concluiu o ministro e vice-presidente.
Por Eduardo Maretti, da RBA
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