Prefeita diz confiar em dique de contenção, mas reconhece estar passando por momento de incerteza sobre "o que está por vir"

Após o Canal São Gonçalo ultrapassar a marca de 2,88 metros, ainda na noite de quarta-feira (15), a população de Pelotas passou a acompanhar, com apreensão, o fluxo das águas que estão chegando ao município por conta do escoamento do lago Guaíba. Esta movimentação da água, que estava represada na região metropolitana de Porto Alegre, segue o seu fluxo normal, já que precisa passar pela Lagoa dos Patos até chegar ao mar, aumentando o volume na região sul do Estado.

De acordo com a última medição enviada pela Prefeitura, na tarde desta quinta-feira (16), o nível da Lagoa dos Patos é de 2,78 metros, já o do Canal São Gonçalo é de 3,01 metros.

Ao tratar da situação atual, no município, a Prefeita Paula Mascarenhas reconheceu que o cenário exige atenção porque está sendo marcado por incertezas. “O nosso dique se comportou bem, nós confiamos nele, mas não temos certeza do que vem pela frente. Não temos certeza de que esta água irá baixar imediatamente e sabemos que, mesmo que ela venha a baixar um pouco, vai chegar mais água, em breve, do Guaíba”, afirmou a chefe do Executivo em sua live oficial.

Ao comentar sobre a situação atual, em Pelotas, o meteorologista da UFPel, Henrique Repinaldo, enfatizou que está havendo uma dificuldade de escoamento mais eficiente da água pelo Canal da Barra, em Rio Grande, mas os ventos fracos, registrados no final da tarde de quarta (15) e início da manhã desta quinta-feira (16), tem ajudado para que não ocorra o agravamento da situação. “Caso fosse registrado um vento leste, como no domingo passado, a força das águas jogadas à margem da Lagoa dos Patos seria muito maior”, enfatizou o pesquisador. Repinaldo também explicou que havia uma expectativa de que os ventos seriam fracos e o nível da água iria aumentar, neste período, mas, segundo ele, estas previsões coincidiram com a chegada de um maior volume de água do Guaíba.

Com a alteração do cenário, em Pelotas, a Prefeitura alterou o mapa de risco, ampliando áreas em vermelho (evacuação imediata) e laranja (alerta). Confira o mapa atualizado clicando aqui!

Redação: Eduardo Menezes

Foto: Léo Cardoso