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O Feliz Natal na Palestina é um peru indigesto

O Feliz Natal na Palestina é um peru indigesto

É impossível falar de natal e fraternidade e não lembrar que exatamente neste momento o provável território do nascimento de Jesus, está sendo bombardeado indiscriminadamente pelo governo de Israel. Sim, Jesus é palestino.

O apelo mercadológico que se constitui neste período do ano tenta apagar os crimes de guerra dos EUA e seus vassalos. Não quero estragar o clima de suposta confraternização geral, minha opinião nem tem este poder.

A confraternização da noite de natal precisa lembrar que o capitalismo segue fazendo suas vítimas em vários cantos do mundo, inclusive ao nosso redor, justificando ações militares com acusações de terrorismo contra quem luta pela libertação popular. Terroristas não seriam os que provocaram milhares de mortes de civis nas guerras como as do Iraque, Afeganistão, Síria, Vietnã, Iêmen e tantas outras onde os EUA e seus aliados jogaram bombas sobre a cabeça de pessoas inocentes, inclusive crianças? Isso pra ficar nos nos mais recentes. E os bombardeamentos atômicos nas cidades de Hiroshima e Nagasaki que provocam consequências até hoje pelos efeitos radioativos que produziram? O conceito de terrorismo foi inventado pra caracterizar ou enquadrar as revoltas de libertação levadas a cabo por grupos que não se submetem ao imperialismo e pegam em armas pra enfrentá-lo.

Segundo o professor de Relações Internacionais da PUC-SP, Bruno Huberman, “Jesus não é palestino somente por nascimento mas pela sua luta: desde a fuga da tentativa de assassinato no seu nascimento, até a sua morte por liderar movimento de zelotas da terra contra a opressão imperial. A luta Palestina não é pela posse da terra, não advém da ideia de propriedade privada no capitalismo, mas pela ideia de indigineidade à terra. Eles pertencem à terra. Ser palestino não parte de um pertencimento étnico como o sionista, mas por viver lado a lado na terra. E lutam contra a sua expulsão da terra que os constitui enquanto povo. Pois o sionismo, na prática, tem sido fundado na separação do povo palestino da terra Palestina. É isso que vemos em Gaza. Permanecer na terra e viver com dignidade é a luta dos palestinos. Nada mais nada menos.”

O Natal é tempo de reflexão, que reflitamos sobre a necessidade histórica de vencer a opressão sobre povos periféricos do mundo.

Por Ronaldo Quadrado - Executiva Municipal do PT-Pelotas.



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