Orgulho e Resistência: A 23ª Parada da Diversidade celebra Ancestralidade LGBTQIA+
Orgulho e Resistência: A 23ª Parada da Diversidade celebra Ancestralidade LGBTQIA+
Neste domingo, 24 de novembro, Pelotas será palco da 23ª Parada da Diversidade, um evento que celebra a luta, a resistência e o orgulho da população LGBTQIA+. Para entender mais sobre a organização e o significado desta edição, o programa Contraponto desta sexta-feira, 22, conversou com Marcos Ronei Fernandes, integrante do grupo Também, ativista LGBTQIA+ e um dos principais organizadores da Parada.
“A retomada da Parada”: superando desafios recentes
Marcos explica que esta edição tem um peso especial para a comunidade e para os organizadores. “Tivemos quatro anos muito difíceis. A última Parada que conseguimos realizar com representatividade foi em 2019. Depois disso, enfrentamos dois anos de pandemia, em que tivemos que nos adaptar ao formato online, o que tirou muito da essência do evento”, relembra.
Ele comenta que, após a pandemia, a retomada presencial enfrentou diversos obstáculos. “Em 2022, fizemos um evento modesto, com sérias dificuldades orçamentárias. Em 2023, o problema foi o clima: tivemos que adiar a Parada quatro vezes, até que, finalmente, aconteceu em abril deste ano, sob chuva.”
Neste ano, no entanto, Marcos celebra uma estrutura robusta viabilizada por emendas parlamentares de vereadores como Carla Cassais, Miriam Marrone, Fernanda Miranda e Jurandir Silva. “Teremos palco, passarela, telão de LED e um trio elétrico. É um marco de retomada para a Parada”, destaca.
Caminhada e ato político
A programação da Parada começa às 15h, no Largo do Mercado Público, e inclui apresentações artísticas divididas em dois blocos. O momento político, com falas de representantes de movimentos sociais, autoridades e da organização, está previsto para o início do evento. “Embora todo o evento seja político, teremos um espaço dedicado para essas falas antes da caminhada, marcada para às 17h30.”
Marcos define a caminhada, que percorre as ruas centrais de Pelotas, como “uma festa ambulante”. “O trio elétrico é símbolo de alegria e também de resistência. Usamos o microfone para dar voz às nossas pautas enquanto celebramos quem somos.”
Tema de 2024: “Cacuras”
Cada edição da Parada da Diversidade traz um tema central. Neste ano, o escolhido foi “Cacuras”, uma gíria ressignificada pela comunidade LGBTQIA+ para valorizar a ancestralidade.
“Queremos homenagear as pessoas LGBTQIA+ mais velhas, que abriram o caminho para a liberdade que muitos jovens têm hoje”, explica Marcos. Ele cita homenagens especiais a figuras históricas como Glória Cristal, travesti e ativista de Porto Alegre, e nomes locais como Juju Martinelli e Brenda Lee, que marcaram a história da comunidade pelotense.
A Parada faz parte da Semana da Diversidade, que conta com uma série de eventos preparatórios. Amanhã será realizada uma carreata pelos bairros, com bandeiras e mensagens de convocação. “É um aquecimento para o grande dia”, explica Marcos.
Expectativa de público e convites finais
Com previsão de sol e temperaturas agradáveis, a organização espera reunir cerca de 10 mil pessoas no Largo do Mercado Público. “A Parada é um evento gratuito e inclusivo, organizado por voluntários e grupos como o Também, Vale a Vida, Gesto e Surdes. É um momento de celebração e luta, e todos estão convidados.”
Mais informações podem ser encontradas no Instagram oficial do evento, @ParadaPelotas. “Estamos ansiosos para receber todo mundo no domingo. A Parada não é apenas uma festa, mas um ato de orgulho e resistência”, conclui Marcos.
Serviço
23ª Parada da Diversidade de Pelotas
Data: 24 de novembro
Horário: A partir das 15h
Local: Largo do Mercado Público
*Confira a entrevista completa no canal da RádioCom Pelotas no YouTube.
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