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Oriente Médio: tensão, incerteza e complexidade

Oriente Médio: tensão, incerteza e complexidade

Os atentados de Hamas ao sul de Israel ocorreram no dia 7 de outubro de 2023. Isso desencadeou uma ofensiva de Tel Aviv na Faixa de Gaza e, posteriormente, levando Israel a outras frentes no combate ao Hezbollah, que por sua vez apoia o Hamas. Financiador de ambos os grupos (Hamas e Hezbollan), o Irã entrou diretamente no conflito ao lançar mísseis contra o território israelense. Essa sequência de acontecimentos expôs um cenário de preocupação, incerteza e complexidade que é explicado pelo doutorando em história pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Mateus Santos, que concedeu entrevista ao programa Edição da Manhã da RadioCom nesta quinta-feira (3/10/2024).

 “Não há dúvida que esse é um dos momentos mais tensos da crise política do Oriente Médio, apresentando uma conjuntura bastante decisiva nesse processo que já se desdobra há praticamente um ano. Podemos perceber nas duas últimas semanas a consolidação de um novo front de batalha, sobretudo na fronteira norte de Israel e no sul do Líbano, com incursões terrestres do exército israelense, e esse consistente ataque do Irã em relação a Israel, sob o argumento que se trata de um processo de defesa da sua própria soberania, além de uma retaliação às ações de Israel tanto na Faixa de Gaza como no Líbano, e também em solo iraniano. Eu chamo atenção para a importância material e simbólica do que aconteceu há dois dias, com 180 mísseis balísticos que o Irã despejou em Israel, pois produziram não apenas danos materiais, mas apresentou um peso simbólico importante, pois chama a atenção da comunidade internacional para a gravidade da atual conjuntura regional do Oriente Médio”, comentou.

 Outro ponto importante demonstrado por esse ataque do Irã a Israel, na opinião do historiador Mateus Santos, é a demonstração de incapacidade das grandes potências como Estados Unidos, União Europeia, China, Rússia e organismos multilaterais em reduzir a intensidade e a natureza desse conflito. “Ocorre a falta de uma dissuasão sistêmica dessas grandes potencias e organismos multilaterais, especial a ONU, em conter esse cenário’, disse. Para ele, o cessar-fogo depende basicamente da mudança da postura de Israel, “abandonando essa estratégia que retroalimenta a violência”.

 Mateus Santos apontou três elementos, os quais são fundamentais para a construção de paz. “O primeiro é o fim da política de assentamentos israelenses em território palestino; o abandono do terrorismo como estratégia de ação – e me refiro tanto ao terrorismo de estado como de movimentos fundamentalistas -; e a Palestina precisa resolver o problema de governança, pois o governo palestino não tem o controle sobre todo o seu território”, completou.

 Você acompanha a entrevista completa no canal da RádioCom Pelotas no You Tube.

Fonte: RádioCom /  Por Caldenei Gomes 

Imagem: FotosPúblicas 


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