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Polícia Militar de São Paulo acumula casos de violência e mata duas pessoas por dia em 2024, aponta Ministério Público
O estado de São Paulo vive uma escalada da violência policial. Do início de janeiro ao dia 03 de dezembro deste ano, 712 pessoas foram mortas por policiais militares, segundo dados do Ministério Público. O número é 74% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando 409 pessoas foram assassinadas. Até o final de 2023 foram contabilizadas 460 ocorrências desse tipo.
Dos assassinatos registrados até agora, 604 foram praticados por policiais no horário de serviço, e 104, por agentes em folga. O total representa uma média de duas pessoas mortas pela polícia por dia.
Um desses mortos é Gabriel Renan da Silva Soares, executado pelas costas pelo policial militar Vinícius de Lima Britto em 3 de novembro, no estacionamento de uma loja da Oxxo, na zona sul de São Paulo.
Gabriel tentou furtar produtos de limpeza e foi morto com pelo menos oito perfurações de bala pelo policial, que estava de folga. Com a vítima, foram encontrados apenas um cartão do Sistema Único de Saúde (SUS), dois pedaços de papel, uma nota de dólar e duas fotografias.
Questionada, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) informou que "todas as circunstâncias dos fatos são investigadas por meio de inquérito policial instaurado pela Divisão de Homicídios do DHPP".
Outro caso envolve a morte do menino Ryan da Silva Andrade Santos, de apenas quatro anos, que foi morto durante uma ação da Polícia Militar na Baixada Santista, no litoral paulista, em 5 de novembro. A criança estava brincando em uma rua do Morro São Bento, em Santos, onde mora, quando foi atingido pelos disparos. Dois adolescentes, um de 15 anos e outro de 17, também foram baleados: um deles morreu e o outro foi socorrido.
A SSP disse, em nota, que a morte de Ryan ocorreu durante um confronto entre criminosos e policiais militares. Segundo o órgão, os agentes faziam patrulhamento em uma área de tráfico de drogas quando foram atacados "por um grupo de aproximadamente 10 criminosos".
Imagem: Mastrangelo Reino/GOVSP
Fonte: Brasil de Fato
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