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Potencialização da Lei 10.639/03 e 11.645/10 em exposição na Biblioteca Pública Pelotense

Potencialização da Lei 10.639/03 e 11.645/10 em exposição na Biblioteca Pública Pelotense

A exposição Potencialização das Leis 10.639/03 e 11.645/10 que dizem respeito ao ensino de História da Cultura Africana e indígenas nas escolas, estão expostas na Biblioteca Pública Pelotense. Diversas escolas expõem seus trabalhos como Escola Estadual Franklin Olivé Leite do Lindóia, Ministro Fernando Osório ,entre outras. Ela ocorre  no subsolo do prédio. A visitação pode ser feita das 9h às 12h e das 13h às 17h, até sexta-feira (25).

A professora Priscila Freitas da Escola Municipal Daura Ferreira Pinto , conta um pouco sobre trazer os trabalhos dos alunos em relação à história do povo negro " É muito gratificante começarmos a desenvolver esse trabalho nas escolas ,refizemos nosso regimento escolar e dentro dele nós colocamos colocamos a lei 10.639. Então, ela terá que ser cumprida na sua íntegra. Apenas é o primeiro trabalho dos alunos da nossa escola Daura Pinto. Pretendemos evoluir cada vez mais , trazer mais oportunidades para mostrar o trabalho deles", diz.

Também conversamos com o professor Eduardo Garcia que na oportunidade representou a professora Alice Szempanksi da 5ª Coordenadora Regional de Educação (5ª CRE) e nos fala sobre a importância dessa exposição. " Importantíssima essa exposição para mostrar todo trabalho que é feita nas escolas. A lei 10.639 muitas vezes não é trabalhada o ano inteiro e a 11.645 também. Então, essa exposição vem a apresentar os trabalhos realizadas nas escolas e a expandi-la para um contexto maior".

O babalorixá Pai Juliano de Oxum, curador da exposição, também ressaltou a relevância do tema. " A ideia é descentralizar todas as ações e buscar para toda população, comunidade que as leis não precisam ser cumpridas somente nas escolas, através do artesanato , da arte enfim. ". Juliano ainda reiterou a potência das comunidades das periferias em retratar a história, a cultura negra através de trabalhos artísticos.

A artista e cantora pelotense, Karen Alves, esteve presente na exposição. " Obrigada a todos , a cidade de Pelotas por mais essa oportunidade e obrigada também ao Pai Juliano de Oxum por mais esse convite de participar dessa exposição aqui na biblioteca . Essa cidade é maravilhosa, rica em cultura, é uma honra estar aqui representando as sagradas mulheres águas, uma mulher preta, de luta, de resistência e neste mês tão importante para nós".

Outras atrações

Na BPP ainda pode ser visto o documentário da acadêmica do curso de Antropologia da UFPel Tereza Cristina Barbosa Duarte. Em Airis - Do tumbeiro à academia, a universitária aborda desde a saída dos africanos escravizados, que vinham para o Brasil em navios, os tumbeiros, até a atualidade em que pesquisadores afrodescendentes trazem à tona todo uma história ainda pouco contada. "A trajetória do povo negro desde a vinda para cá, todo esse percurso, até chegar aos acadêmicos. Embora todo esse processo de aniquilamento, hoje temos pesquisadores negros que podem resgatar essa história", explica antropóloga, com mestrado na mesma área, Maria Heloísa Martins.

Ainda na BPP podem ser vistas as exposições Clube 24 Somos o suco do Carnaval, de Juliana Ariza, e do álbum digital Fios de recuerdos descobrindo minha família negra, também proposto por Juliana Ariza em parceria com Tereza Cristina Duarte.

Poevivências

Na tarde de terça-feira (22) também ocorreu uma ação do projeto Poevivências, criado pelas antropólogas Simone Fernandes e Maria Heloísa Martins. A proposta usa a escrita criativa como forma de empoderamento para mulheres negras. A inspiração vem das escrevivências da linguista e escritora brasileira Conceição Evaristo, na qual ela utiliza a experiência do autor, que cria narrativas relacionadas às experiências coletivas das mulheres.

A intenção é que as participantes dos encontros se empoderem e percebam que a vida delas vale apena ser contada. "Nós estamos trabalhando isso", fala Helô Martins. Para estes momentos as antropólogas levam canetas e papel, com os quais as participantes fazem seus relatos poéticos, a partir de uma temática que surge durante a conversa. Ontem, na BPP, ocorreu a segunda edição da proposta, a primeira foi durante o evento Agosto Negro, que aconteceu junto à antiga Estação Férrea.

O objetivo é unir os textos que estão surgindo em um livro futuramente, mas o primeiro passo será transpor o material dos encontros para uma página nas redes sociais. "É uma roda de acolhimento, de abraço, afeto, de muita escrevivência. A proposta é levar essas histórias essas poevivências dessas mulheres negras", comenta Simone Fernandes.

São escritas que surgem alicerçadas nas memórias e em temáticas comuns às mulheres negras, como a criação dos filhos, família, estudos, preconceito e racismo. "E essa oralidade tão forte que a gente traz das nossas famílias. Eu nasci de uma família de mulheres muito fortes, então tenho essa referência. A gente tem muitas histórias para contar, narrativas que não vamos encontrar nos livros. A gente precisa levar a nossa oralidade que é potente", fala Simone. A ancestralidade também é tema das narrativas de Helô Martins.

A Semana da Consciência Negra em Pelotas teve início no sábado com uma programação em diferentes locais da cidade. Saiba mais pelo perfil da Secretaria de Cultura (Secult Pelotas) pelo Facebook.

Reportagem e edição Fábio Cóssio com informações complementares do Diário Popular


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