Ontem dia 29 de novembro, às 18h houve audiência pública na Câmara de Vereadores onde discutiu a conjuntura da Educação em Pelotas. Estiveram presentes além da vereadora proponente Fernanda Miranda (PSOL), auxiliando nos encaminhamentos a vereadora Carla Cassais (PT), a presidenta do Sindicato dos Municipários , Tatiane Lopes Rodrigues, a professora aposentada do município, Marielda Barcellos, a também professora e uma das diretoras do Simp, Elza Zaballa.

A audiência iniciou com a fala da vereadora Carla Cassais em apoio , trazendo alguns elementos importantes na luta pela educação especialmente no âmbito público. " É construirmos propostas, já que o governo é tão reativa, só reage aos problemas e que possamos ter um diálogo. O governo parece que não consegue fazer um planejamento mais consistente sobre a educação no município, finaliza a vereadora.

A segunda a se pronunciar foi a vereadora proponente Fernanda Miranda (PSOL). Além disso, fez um panorama mais geral da situação da educação em Pelotas e as respostas dadas oficialmente escritas pela Secretaria Municipal de Educação e Desporto (SMED). " Pensar como vamos modificar a conjuntura também em nível federal, mas também de denúncia para que as pessoas saibam o que está acontecendo para no ano que vem , por exemplo, vai estudar na escola e não vai ter aula de espanhol , área que me formei. Porque a professora que daria essa aula, dará aula de empreendedorismo área que ela nem é formada. Isso através de uma lógica totalmente pautada na economia para fortalecer aqueles que ganham", relata. De acordo com Fernanda, há uma complexidade na educação e que certamente outros professores que estão em sala de aula abordaram de maneira mais ampla. E ainda segundo ela, é importante construir juntamente. Haverá encaminhamentos tirados dessa audiência à secretária de educação e outras autoridades.

Conforme a presidenta do Sindicato dos Municipários de Pelotas(SIMP) , Tatiane Lopes Rodrigues é fundamental termos debate sobre educação . " Lembro inclusive quando estávamos num grande movimento discutindo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), vem já com uma lógica mercantil. Embora o ensino seja bastante qualificado aqui no município, mas agora vem na perspectiva de terra devastada. Além disso, parar de trabalhar com a qualidade que sempre se trabalhou , vamos passar onde já tínhamos passado por esses governos de ótica neoliberal. Infelizmente, em Pelotas a população não consegue entender que continua elegendo aqueles que tiram a qualidade da educação dos seus próprios filhos, mas é da democracia, ela é a base de tudo, isso é o direito democrático de elegerem quem quiserem ".

Tatiane relata ainda o que a visão de empreender no âmbito educacional pode trazer.. " E aí o que vemos. As vereadoras Carla, Fernanda e os colegas quando trazem essa questão do empreendedorismo, a palavra da moda. Mas ela não é nova e sim uma concepção. Essa concepção faz com que o professor de sociologia ele passe a usar todo conhecimento que tem numa ótica de mercado. Já um professor de artes também. A nova Base Comum faz com que o estudante da escola pública não tenha a mesma qualidade dos filhos de uma classe alta ao contrário dos filhos da classe trabalhadora que não vão ter".

Houve as intervenções dos professores e professoras, funcionários de escolas que manifestaram dando suas contribuições ao debate.

Vale lembrar que na quinta amanhã haverá outra audiência pública no legislativo pelotense, porém , para tratar de outro assunto. Será sobre o não fechamento do Curso Normal do Colégio Municipal Pelotense marcado para às 10h no plenário da Câmara. Antes, a partir das 9h uma caminhada com toda comunidade escolar do Pelotense em direção à Câmara.