“Queremos lembrar que saúde mental é um direito, não um privilégio”
Prefeitura busca reduzir filas na Saúde com ações integradas
A administração municipal de Pelotas tem adotado medidas para reduzir as filas de espera por consultas, cirurgias e leitos clínicos no município. Atualmente, cerca de 60 mil pacientes aguardam atendimentos especializados, enquanto o Pronto Socorro (PS) registra, em média, 60 pessoas na fila por uma vaga em hospitais. Além disso, até a virada do ano, 118 pacientes oncológicos ainda não haviam conseguido agendar suas consultas, e cerca de oito mil cirurgias eletivas seguem pendentes.
Reuniões semanais para ampliar atendimentos
A secretária de Saúde, Ângela Vitória Moreira, destaca que enfrentar essa realidade exige um esforço conjunto entre a prefeitura e os quatro hospitais credenciados ao SUS em Pelotas: Beneficência Portuguesa, Santa Casa, Hospital Escola (HE/UFPel) e Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP/UCPel). Desde o início da nova gestão, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem realizado reuniões semanais com os representantes dessas unidades para estudar alternativas que acelerem o acesso da população aos serviços de saúde.
Uma das principais dificuldades é a disponibilidade de leitos hospitalares. “Se cada um dos quatro hospitais disponibilizasse mais 15 leitos, o tempo de espera no PS reduziria significativamente”, aponta a secretária. Outro desafio é a ocupação prolongada dos leitos, que tem uma média de 14 dias, muitas vezes devido à demora na realização de exames, fornecimento de alimentos para dietas ou acesso a medicamentos especiais.
Hospitais: desafios e soluções
A SMS busca soluções alinhadas ao perfil de cada hospital. Na Beneficência Portuguesa, por exemplo, está em discussão a ampliação da oferta de consultas oftalmológicas e cardiológicas, esta última atualmente limitada a 70 atendimentos por mês. Já na Santa Casa, o foco está na rotatividade dos pacientes para ampliar o acesso à primeira consulta em ortopedia, além do credenciamento de serviços de alta complexidade em onco-hematologia, evitando o deslocamento de pacientes para Porto Alegre.
No Hospital Escola, a gestão municipal negocia o aumento de leitos clínicos e a ampliação das consultas em urologia. O Hospital Universitário precisa expandir a oferta de leitos e reforçar o quadro de profissionais para cirurgias cardíaco-pediátricas, aproveitando a infraestrutura já existente.
Apoio do governo federal
Além das parcerias com os hospitais locais, a prefeitura busca suporte do Ministério da Saúde. Em recente visita a Pelotas, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, sinalizou apoio à implementação de um programa de redução de filas específico para o município, como parte da regionalização do Programa Nacional de Atenção Especializada (Pnae). A adesão ao Pnae pode resultar em maior repasse de recursos, caso os hospitais integrem a linha de cuidado integral prevista no programa.
O prefeito Fernando Marroni destaca que a gestão municipal tem trabalhado ativamente para identificar os principais entraves e aumentar a resolutividade dos serviços de saúde. “Além de reforçar o diálogo com os hospitais, estamos buscando soluções integradas para ampliar a oferta de atendimentos e otimizar o uso dos recursos disponíveis, seja na busca por financiamento ou na melhor distribuição dos serviços”, ressalta Marroni.
A Secretaria Municipal de Saúde acompanha a implementação das medidas e avalia o impacto das mudanças no atendimento. As reuniões com os hospitais continuam para ajustar estratégias e tentar reduzir o tempo de espera para os pacientes.
Texto de: Redação
Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil
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