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Projeto acompanha saúde física e mental de gaúchos
Você se sente tenso ou magoado com frequência? Quem sabe tenha dificuldade em sentir prazer com atividades que antes lhe preenchiam? E a memória, como anda? Ou as dores nas costas? Com quase um ano e meio convivendo com a pandemia do COVID-19, e com todos os seus desdobramentos, sentir-se mal não seria uma surpresa.
Apesar da vacinação em andamento, o Brasil ainda amarga mais de 1600 mortos todos os dias, que se somam à conta do meio milhão de óbitos motivados pela doença e pelo descaso dos poderes públicos – entre eles, certamente alguns de nossos amigos e familiares. Crises econômicas e ataques políticos a direitos constituídos dos trabalhadores geram um clima geral de instabilidade, enquanto o distanciamento social recomendado nos deixa mais tempo em frente às telas e sedentários. A sensação de mal-estar, portanto, é compartilhada.
Ainda assim, é preciso ir além das impressões para poder quantificar em dados a evolução da saúde física e mental da população gaúcha durante a pandemia. É com este objetivo que foi criado o Coorte Pampa, uma iniciativa do Grupo de Estudos em Epidemiologia da Atividade Física (GEEAF) em conjunto com o NeuroLabfex da UFPel.
Coorte é um tipo de estudo longitudinal observacional, que acompanha um grupo durante determinado tempo. Já o restante é uma sigla construída em inglês. "PAMPA' vem de Prospective Study About Mental and Physical Health. Ainda que o início do projeto tenha sido no período pandêmico, a proposta é continuar mesmo depois.
A equipe responsável é coordenada pelos pesquisadores Natan Feter e Eduardo Caputo. Em entrevista ao podcast Viração, da ADUFPel, eles relatam que o estudo surgiu pouco depois do início da pandemia e já está em sua terceira coleta. A meta é ter pelo menos 1800 pessoas respondendo em cada uma dessas etapas. Formas de contato são solicitadas ao final das cerca de 70 perguntas para que o respondente possa ser convidado a participar dos momentos seguintes do estudo.
Entre os primeiros dados comparativos que já puderam ser observados, há uma prevalência de quadros depressivos, de ansiedade e perda de memória, além de dores lombares em relação a 2019. Natan, entretanto, não acredita que a solução para a diminuição do sofrimento mental esteja na flexibilização da quarentena.
"O Brasil é o país mais ansioso do mundo, segundo os dados da OMS, e o Rio Grande do Sul lidera em casos de depressão. Isso nunca mereceu manchete, muito por conta do estigma que acompanha as doenças mentais como algo menor", relembra. "Entretanto, o que mais se fala agora para justificar saidinhas ou o fim das políticas de isolamento é em saúde mental".
Para o pesquisador, é apenas com a vacinação de todos e todas, e com respeito à ciência que esse quadro tende e melhorar. A expecativa é que saúde mental torne-se um quadro a ser levado a sério, mesmo após a pandemia
Conheça mais sobre o projeto clicando aqui.
Fonte: Assessoria ADUFPel
Imagem: Assessoria ADUFPel
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