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Quebra de sigilo conecta Roberto Dias à empresa investigada na CPI por contratos irregulares
Nesta segunda-feira (19), começaram a ser analisados os dados da quebra de sigilo do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, pela CPI da Covid.
Os dados abrangem o período entre abril de 2020 a junho de 2021, e revelaram uma série de contatos com uma empresa investigada pela Comissão Parlamentar de Inquérito, além de ligações e mensagem de texto trocadas com políticos da base do governo federal, segundo O Globo.
De acordo com os registros, a pessoa com quem Dias mais manteve contato foi Andreia Lima, CEO da VTC Operadora Logística. Ao todo, foram 135 ligações entre os dois.
Entretanto, vale ressaltar que a quebra de sigilo desconsidera chamadas realizadas por aplicativos de mensagens eletrônicas como WhatsApp ou Telegram.
A VTC Log entrou na mira da CPI em meio a suspeitas envolvendo contratos obtidos com o Ministério da Saúde. Segundo a mídia, na semana passada, foi revelado que os negócios da empresa com o ministério aumentaram 70% no período em que a pasta foi comandada pelo atual líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), entre 2016 e 2018.
Há, inclusive, registros de contato entre Barros e Dias no dia 16 de julho de 2020, mas o conteúdo não está disponível no material analisado pela CPI por ser mensagem de texto por aplicativo.
© Foto / Agência Senado / Edilson Rodrigues
Ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, recebe orientação de sua advogada, Maria Jamile José na CPI da Covid, 7 de julho de 2021
Além de Ricardo Barros, há outros nomes da base do governo com chamadas registradas no celular de Dias, como o ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e o ex-deputado Abelardo Lupion (DEM-PR).
Procurada pela mídia, a VTC Logística afirmou por meio de nota que não teve acesso aos dados em posse da CPI. Em relação ao aumento no volume de contratos, a empresa disse desconhecer "qualquer vantagem ou aumentos expressivos em contratos firmados com o ministério entre 2016 e 2017".
Roberto Ferreira Dias se tornou depoente na CPI no início deste mês após o policial militar, Luiz Paulo Dominghetti, que se apresenta como representante da empresa Davati, dizer que em um encontro Dias teria lhe pedido propina em uma negociação de vacinas da AstraZeneca vendidas pela Davati, conforme noticiado.
Quando foi acusado de pedir propina, o ex-diretor de Logística do ministério negou as acusações de Dominghetti:"Preciso saber qual a motivação desse senhor para nesse momento vir contar essa história absurda. Quem ele quer atingir ou proteger? Estou sendo usado de fantoche para algo?", indagou Dias.
De acordo com a mídia, a defesa de Roberto Dias disse que não teve acesso ao material enviado à CPI e que, por isso, não poderia se manifestar.
Fonte: Sputnik News
Imagem: Sputink News
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