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Redes sociais perdem força no eleitorado
A eleição deste ano apresenta uma mudança em relação às anteriores – num período a partir de 2013: as redes sociais perderam força como ferramenta para eleitor definir seu voto. A constatação é resultado do acompanhamento de comportamento do eleitorado feito pelo Instituto Pesquisas de Opinião (IPO). Esse foi um dos temas abordados pela cientista política e diretora do IPO, Elis Radmann, em entrevista ao programa Edição da Manhã desta sexta-feira (4/10) na RadioCom Pelotas, comentando a campanha para o primeiro turno das eleições municipais, que serão realizadas neste domingo em todo o país.
“Desde 2013, nas campanhas eleitorais, nós tínhamos um grande crescimento do papel das redes sociais. O eleitor estava se envolvendo muito com os candidatos a partir das redes sociais. Agora nesta eleição, o que se viu foi o eleitor declarando receio com fake news, muito medo das deepfake. Está ainda sendo atingido pelas redes sociais, mas olhando muito mais para a vida real”, afirmou Elis Radmann.
Segundo ela, o que ganha força agora é a rede de formador de opinião. “O conceito do formador de opinião é classificado por dois identificadores: se tem interesse por política e se conversa semanalmente sobre política. As pesquisas mostram que 25% da população são classificados, por esse conceito, como formadores de opinião. Então esses 25% vão trocar opinião, vão interagir, influenciar nos outros 75%, porque cada família, cada grupo de amigos, tem seu formador de opinião”, analisou.
Elis Radmann disse que o IPO mapeou o comportamento de eleitores em mais de 100 cidades neste período de campanha – sendo que em 80 municípios houve o acompanhamento de mudanças do comportamento do eleitorado. O golpe aplicado às pessoas por meio da internet foi fundamental para esse crescimento da cautela em relação ao que circula nas redes. “Nem tudo que as pessoas recebem nas redes, elas confiam. Estão mais atentas às notícias falsas. Isso é o contrário do que se viu nas eleições anteriores. Os golpes, as fakes news e as deepfake criaram um novo ambiente”.
A diretora do IPO comentou também os critérios de escolha do eleitor para definir seu voto a vereador. “Quando a democracia foi pensada, se definiu que o voto seria por essência por critérios políticos. Isto é: um voto propositivo, buscando ter voz no legislativo – ou seja votar em quem defende a causa da qual eu me identifico -; outro raciocínio é o voto classista, representando uma categoria; e o terceiro é o da identidade ideológica ou partidária. Esses deveriam ser os três grandes raciocínios para voto em vereador. Só que nossa cultura política leva o eleitor a responder aquilo que ele recebe de educação e orientação ou influenciado como vereador se apresenta – muitas vezes como um despachante, um secretário do eleitor para resolver os problemas do dia a dia. Temos ainda o outro grupo, que aí beira ao crime eleitoral, que é o clientelismo”.
A entrevista completa da cientista política Elis Radmann pode ser acompanhada na íntegra no canal da RadioCom Pelotas no You Tube.
Fonte: RadioCom / Por Caldenei Gomes
Imagem: You Tube RádioCom
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