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Sargento auxiliar de Bolsonaro movimentou R$ 3,3 milhões, diz Coaf

Sargento auxiliar de Bolsonaro movimentou R$ 3,3 milhões, diz Coaf

São Paulo – O sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, um dos auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), movimentou cerca de R$ 3,34 milhões entre 1º fevereiro do ano passado e 8 de maio deste ano. Em relatório divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira (14), o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentação “atípica” e “incompatível” nas contas do sargento.

O Coaf identificou que o militar, que tem renda mensal de R$ 13,3 mil, recebeu dezenas de depósitos e repassou a maior parte dos recursos para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Ambos, Reis e Cid estão presos desde maio por envolvimento no esquema de falsificação de cartões de vacinação.

“Só entre fevereiro do ano passado e 20 de janeiro deste ano, o sargento Reis recebeu R$ 1,5 milhão em uma conta no Banco do Brasil. Parte desse dinheiro foi obtida em 105 transferências via Pix. No mesmo período, saíram de sua conta R$ 1,46 milhão, a maior parte em transferência bancárias. Ele repassou R$ 336,2 mil em Pix. O relatório do Coaf cita, sem dar detalhes, que o militar teve devolvidos 11 DOCs ou TEDs (transferências bancárias), no valor total de R$ 550 mil”, diz a reportagem.

No final do mês passado, o Coaf já havia identificado que Cid movimentou R$ 3,2 milhões, entre junho do ano passado e janeiro de 2023. Cerca de R$ 1,8 milhão diz respeito a créditos, e R$ 1,4 milhão são referentes a débitos. Juntos, os militares movimentaram mais de R$ 7 milhões em “transações atípicas”.

Sargento será ouvido na CPMI

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro aprovou no início do mês a convocação de Marcos dos Reis. Isso porque, na investigação sobre os cartões de vacinação falsificados, a Polícia Federal (PF) identificou a participação do auxiliar de Bolsonaro nas manifestações que culminaram com a depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.

De acordo com a investigação, Marcos dos Reis foi para a Esplanada dos Ministérios com a esposa e um de seus filhos e enviou vídeos do local para pelo menos três pessoas diferentes. “Entraram no Planalto, no Congresso, Câmera dos Deputado e entrou no STF. E quebrou, arrancou as togas lá daqueles ladrões. Arrancou tudo! Foi, foi… O bicho pegou hoje aqui! Spray também de pimenta, gás lacrimogêneo”, relatou o militar em mensagem enviada a um amigo.

Além disso, a minuta para decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e “estudos” para dar suporte a um eventual golpe militar foram encontrados pela PF em uma conversa entre Cid e o sargento Marcos dos Reis. Seu depoimento de na CPMI ainda não tem data marcada. No entanto, diante da divulgação das movimentações financeiras atípicas, a CPMI pode definir nesta terça-feira (15) o dia da oitiva do militar, que prestará depoimento na condição de testemunha.


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