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Solidariedade na rua: sindicatos e movimentos sociais seguem auxiliando os atingidos pela enchente
Promovido pelo Movimento Solidariedade, evento contou com boa participação do público e arrecadou recursos para serem revertidos aos que estão retornando para as suas casas
Desde o início da tragédia ambiental que assolou o Rio Grande do Sul, neste mês de maio, os sindicatos e movimentos sociais de Pelotas estiveram imbuídos de um sentimento de cooperação com aqueles que mais sofreram com o impacto das cheias no município. No último sábado, dia 8 de junho, o coletivo se reuniu na Praça Coronel Pedro Osório, promovendo o Solidariedade na Rua – uma atividade que contou com oficinas, feira de adoção de animais, venda de livros, alimentação e bebidas.
Já pela manhã, um grupo de religiosos deu início ao evento com a Oração pelo Planeta “Tudo está interligado”, sob a condução do Comitê Inter-Religioso do Grito dos Excluídos. Na sequência, a arte e a educação tomaram conta da Praça, com a apresentação do ator Cid Branco, do Núcleo de Teatro da UFPel, e uma aula pública promovida por professores do Desafio Pré-universitário Popular, intitulada ”Por um futuro possível: a crise é climática?”. Na parte da tarde, diversos músicos passaram pelo palco instalado no local para as apresentações culturais.
Para Helena Vieira, integrante do Solidariedade Pelotas, o evento conseguiu mobilizar a comunidade pelotense e atingiu o seu objetivo. Ela destaca que todo o valor arrecadado com as atividades realizadas na Praça será revertido para auxiliar famílias atingidas pelas enchentes a se reestruturarem neste momento tão difícil. “Estamos entrando em uma fase diferente agora, onde não pensamos apenas em prover a alimentação daqueles que foram duramente implicados neste processo, mas, também, ajudá-los a se reerguerem neste movimento de retorno às suas casas, destinando um recurso para o auxílio na limpeza e reorganização destes ambientes”, ressalta.
Participando da atividade, no sábado, o diretor do Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região (SEEBPel), Roger Peres, destacou a importância do poder público estar atento às demandas dos moradores das diferentes localidades, hoje consideradas como “zonas de risco”, e saudou a iniciativa dos movimentos sociais neste processo contínuo de suporte aos desabrigados. “É muito importante a mobilização dos sindicatos e movimentos sociais de Pelotas, que não fogem ao seu compromisso histórico de estar ao lado da população que mais precisa, neste momento, mas é importante que estejamos atentos à responsabilidade dos governos de turno, porque, ao contrário do que o discurso negacionista quer fazer crer, estes não são eventos isolados, e só podem ser mitigados na medida em que os gestores públicos estiverem dispostos a ouvir a comunidade e a ciência”, alertou.
Atuação do SEEBPel
A direção do Sindicato dos Bancários esteve engajada, desde o início, na organização do Movimento Solidariedade Pelotas, atuando em diversas frentes, mas, principalmente, na comunicação e nas finanças, conforme explica o diretor Lucas da Cunha. “Como foi criada uma chave pix de arrecadação, o nosso Sindicato ficou responsável por também coordenar a arrecadação e destinação dos recursos obtidos através das doações”, comenta. Além disso, a sede do Sindicato esteve disponível como um ponto permanente de coleta, recebendo doações tanto da categoria como da comunidade de modo geral.
De forma concomitante às atividades desenvolvidas junto ao Sindicato da Alimentação e à Casa do Trabalhador, o diretor Sérgio Seus chama a atenção para o trabalho realizado a partir das demandas específicas que foram surgindo em contato com a categoria. “Uma das solicitações que chegou até o Sindicato foi a de dar uma atenção especial para os moradores da Colônia de Pescadores Z3. Nesse sentido, a gente organizou rapidamente um mutirão, entre os diretores, e elaborou 30 cestas básicas que foram distribuídas aos pescadores, mesmo com muita dificuldade de acesso para levá-las até lá”, salienta. Sérgio relembra, ainda, que em uma segunda oportunidade, os bancários se mobilizaram para prestar suporte, também, com a distribuição de agasalhos, calçados e abrigos para estes moradores.
O diretor de Finanças, Paulo Fouchy, reforça, ainda, que está sendo elaborada uma prestação de contas de tudo que foi feito pelo Sindicato neste período, para dar um retorno à categoria sobre a atuação dos dirigentes sindicais. “Estamos elaborando uma prestação de contas para divulgar a todos que se somaram nessa corrente de Solidariedade, com o objetivo de que possamos apresentar todos os gastos que foram efetuados durante essa campanha, lembrando que as arrecadações ainda estão ativas, porque há muita coisa a ser feita, também, neste momento de apoio à retomada na vida das pessoas que foram atingidas pelas cheias”, disse.
Redação: Eduardo Menezes
Foto: Lara Nasi
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