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Trabalhadores terceirizados denunciam irregularidades na CEEE Equatorial durante audiência pública
A Audiência Pública pela CPI da CEEE Equatorial aconteceu desta vez no município de Imbé, na Câmara de Vereadores da cidade. O encontro com a população foi proposto pela deputada estadual e presidenta da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, Laura Sito (PT) e pela deputada estadual e presidenta da Comissão de Educação, Cultura e Desporto, Sofia Cavedon (PT).
Presidindo a audiência pública, Laura Sito iniciou relembrando o caso de um trabalhador da CEEE Equatorial em Capão da Canoa, no Litoral Norte, que sofreu uma descarga após encostar o braço esquerdo em uma rede elétrica que julgava estar desligada. Ele morreu no hospital por eletroplessão, 31 dias após o acidente. O homem trabalhava para a Setup, empresa com sede em Santa Catarina que é terceirizada-âncora da companhia elétrica.
A parlamentar também mencionou as investigações e autuações que o Ministério Público do Trabalho vem realizando depois de técnicos que estavam a serviço da CEEE Equatorial virem a óbito. Segundo a deputada, “o Legislativo gaúcho está preocupado com as denúncias que vem recebendo e com a capacidade de atendimento do Grupo Equatorial sobre as demandas da população”, e afirmou que “as audiências públicas são uma oportunidade de aproximar as pessoas do Parlamento e os deputados e deputadas dos problemas reais que estão sendo enfrentados nas cidades”.
Durante o período de escuta e acolhimento às demandas, dois ex-colaboradores da CEEE Equatorial realizaram denúncias sobre as irregularidades trabalhistas. Sem pagamento e demitido por justa causa, Ednei Santos desabafou: “Eles estão nem aí para o ser humano que está trabalhando e o risco de trabalhar com a rede elétrica é grande! Nos cobravam números, mas abriram mão de muitos direitos dos trabalhadores, que é a remuneração adequada, as questões de segurança e nossas condições de trabalho. A gente sofreu muito!”, contou.
O ex-técnico da CEEE Equatorial comentou para as parlamentares que durante o período em que trabalhou para a empresa sofreu uma lesão no tendão do ombro, que o fez perder a força de um dos braços. Ainda, Giovani Fernandes também participou dos relatos durante a audiência, o ex-colega de Ednei foi demitido por justa causa nesta semana. A alegação da empresa seria a falta de uso de equipamento adequado durante o expediente.
“Eu fui para a rua nessa mesma semana, e por quê? Eu fui demitido por justa causa porque eu recebi um certificado, eles tinham me mandado para Osório fazer um curso no sábado. Era 21h da noite de domingo, eu estava descansando quando me pediram para assinar um diploma. Eu me neguei a assinar o documento!”, afirmou Giovani. No diploma constava que ele teria ido a Manaus realizar o curso, mas, segundo ele, a cidade mais distante que já foi é a cidade de Porto Alegre.
Além destes depoimentos, outros foram acolhidos durante a audiência pública. A falta de respostas, os cortes com contas pagas, o tempo de espera pela energia elétrica, postes em estado precário, perda de alimentos e eletrodomésticos foram situações colocadas em debate pela população de Imbé. Entre os encaminhamentos, as deputadas estaduais Laura Sito e Sofia Cavedon devem levar o caso dos ex-técnicos da CEEE Equatorial para o Ministério Público do Trabalho.
Fonte: ALRS
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