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UFPEL, IFSUL e movimento estudantil mobilizados contra os cortes na educação pública

UFPEL, IFSUL e movimento estudantil mobilizados contra os cortes na educação pública

Nesta terça-feira 06 de dezembro, às 16h, no auditório da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), reitoria, pró-reitores fizeram uma coletiva de imprensa para trazer a problemática de mais cortes nos recursos para a educação pública na qual abrange UFPEL e o Instituto Federal Sul-Rio Grandense (IFSUL).

Primeiramente, foi dado o balanço negativo do orçamento das instituições feito em relato por meio da Reitora da UFPEL, Isabela Andrade. Logo após, fizeram uso da palavra o reitor do IFSUL, Flávio Nunes, o pró-reitor de Planejamento e desenvolvimento, Paulo Ferreira e a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Rosane Brandão.

Em termos de números diante da situação de calote e caos , duas palavras muito utilizadas durante o pronunciamento, O IFSul tem prejuízo de em torno de R$ 7 milhões, enquanto a UFPel é de cerca de R$ 6 milhões, em uma conta que cresce diariamente, Nós temos tratado isso como um grande calote do governo federal frente às nossas instituições federais de ensino superior", apontou a reitora Isabela. Ainda de acordo com a reitora, a prefeita Paula Mascarenhas em conversa com a equipe do comitê de crise se mostrou solidária e receptiva quanto à situação.

O pró-reitor de planejamento e desenvolvimento da universidade, Paulo Ferreira, diz que a situação é chocante. "Toda a assistência estudantil está comprometida em dezembro, todos os contratos, da luz ao terceirizado, estão comprometidos em dezembro. Absolutamente todas as despesas."

Houve as perguntas dos jornalistas e veículos de imprensa presentes . À Radiocom foi respondido no que se refere à articulação de parlamentares tanto vereadores quanto deputados estaduais para fortalecer a mobilização em nível estadual. Para isso, será realizada audiência pública tanto na Assembleia Legislativa em Porto Alegre e aqui na Câmara de Vereadores de Pelotas , porém ainda sem data.

Além disso, o movimento estudantil organizado também realizou questionamentos . Um deles foi o representante da gestão reeleita do DCE-UFPEL, É Pra Lutar, Victor Hugo Oliveira.

" É muito importante a união da gestão , das entidades que compõem a comunidade acadêmica para que cada estudante que está alugando um imóvel , a razão desse atraso no aluguel ,posteriormente. Lembrando que tivemos um calendário de mobilização em outubro com vários manifestos e a Aula Pública. Então, precisamos repetir essas mobilizações porque não será só para recomposição de agora, se anteriormente já era ruim , como diminuição dos trabalhadores terceirizados, o transporte de apoio. Que possamos retornar e melhorar os serviços " . Victor pergunta se há uma perspectiva da realizações dessas mostras públicas de que possamos manter esse contato direto com a comunidade, mostre o que se produz na universidade , porque todo povo e cidadão brasileiro tem que defender a universidade pública".

A primeira a responder é a pró-reitora , Rosane Brandão.

" Então, Victor, acho que não era uma ação que tínhamos discutido, mas vamos lutar juntos, ter ideias juntos e de fato a aula pública fizemos foi muito bom , um momento de mostrar o que a universidade faz, podermos organizar isso, uma ideia boa , tem a parceria da gestão. A Renata que é da coordenação do DCE me procurou, falou que já tínhamos dito da possibilidade de fazermos uma carta conjunta, conversamos com ela, está construindo isso e vai nos mandar para que possamos assinar juntos. Esse é o momento ,realmente, que precisamos estar muito juntos ,muito legal essa ideia".

O próximo a responder foi o reitor, Flávio Nunes.
"Agora nesse período, férias e em dezembro fica mais complexo fazer essa movimentação , mas eu quero te falar das esperanças com o novo governo , no meu ponto de vista , muito boas. Evidentemente que nada vai mudar da água para o vinho, não vai ser no patamar que nós gostaríamos, mas as perspectivas são muito boas. Estivemos unidos com as entidades Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior-ANDES SN, Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) e também com a equipe de transição de governo no âmbito da educação . A verba para já no ano que vem é bem forte. Nos institutos federais , por exemplo, se aumentará quase um terço do custeio. Assim será fantástico, num primeiro momento. Isso tudo está numa mesa de negociação dentro da nova Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição. Se ela for aprovada nos moldes que foi proposto em termos de valores, abre espaço para termos essas projeções. Um governo que tenha um olhar diferente para educação, mesmo que não resolva todos os problemas que se acumularam no último governo , já é uma perspectiva de termos com quem dialogar, conversar".

A reitora da UFPEL, Isabela Andrade, reiterou ao final da coletiva dizendo que essa pauta não se esgota e há uma série de mobilizações pela frente. " Teremos lutas conjuntas, que bom a gente poder somar , estarmos juntos, mesmo que não seja num melhor momento para a universidade, olhar para frente e para o futuro com visão de esperança que a luta nos traz".

Manifesto contra os cortes

Por volta de 18h até às 19h30min houve manifesto do movimento estudantil com concentração e falas no largo do Mercado Público. Em seguida, saíram em caminhada pelo Calçadão da Rua Andrade Neves até o Chafariz no encontro com a rua Sete de Setembro onde houve além de palavras de ordem durante o percurso e encerrou-se com organização dos grupos estudantis para as próximas mobilizações e ações .

" Estamos não digo que surpresos, mas muita luta que tivemos que travar durante esse ano, durante todo o governo Bolsonaro ,estamos estarrecidos de como foi perverso esse novo bloqueio , verdadeiro calote, estamos com mais de 4 mil estudantes que são beneficiários das bolsas de auxílio que precisam arcar com suas despesas, pagar aluguéis, enfim. Agora estamos numa situação de desamparo, não sabemos como proceder , a gente não consegue resolver muita coisa, a pró-reitora Rosane falou há pouco que não vê perspectiva de reversão do bloqueio, por isso que estamos aqui. Apesar de todo o momento , de que não conseguiremos reverter , mas estejamos aqui para dizer que estamos lutando, pensando alternativas , pelo menos minimizar o impacto que o corte tem na vida dos estudantes. Muitas pessoas vêm de longe para estudar aqui, não tem condição de ir embora para casa , isso gera um custo bastante alto , passagens de ônibus e avião. Mesmo que número razoável ,mas que a gente esteja lutando, para que juntos buscar alternativa de solução , consiga minimizar um pouco que está nos tomando, relata o estudante de Relações Internacionais na UFPEL, membro do DCE, Jonathan Feijó.

O recém formado no Curso de Edificações no IFSUL e trabalhador encarregado de obras , José Carlos Caramão, elogia e incentiva essa manifestação.

" Eu entrei no curso no outro governo, me lembro que as coisas que eram preciso para funcionar antes dos cortes nas verbas , era algo bem mais completo. Não que os professores não estivessem se esforçando agora ,mas existiam algumas outras atividades fundamentais para forma da qual eu entrei para quem não teve oportunidade de estudar numa faculdade no passado ,algo que conseguimos conquistar. Pessoas de mais idade fazendo ensino médio, ensino técnico. Isso ficou ameaçado , nos deixou muito preocupados na época , conseguimos nos formar com muito sacrifício e essa manifestação que eu por acaso chegando do serviço vim ao centro , cheguei aqui e acho extremamente válida , porque se não for feito nada, se não avançar nessa questão, com certeza, quem perde são os estudantes e realmente os menos favorecidos. Eles estão absolutamente certos em lutar pela maioria dos estudantes, de nós também e ainda mais que recentemente nos formamos. Uma luta legítima", concluiu José Carlos.

Próximos passos de mobilização

Nesta quinta dia 08 de dezembro, às 18h, o DCE e categorias dos servidores devem realizar uma assembleia no prédio da Faculdade de Direito da UFPEL que fica na rua Três de Maio, entre Anchieta e Félix da Cunha.

Reportagem e edição Fábio Cóssio

Fotos: Fábio Cóssio


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